O Conselho Monetário Nacional (CNM) reduziu a tolerância com a inflação. A partir de 2017, o limite máximo de flutuação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que representa a inflação oficial do país, será de 6%, meio ponto (0,5) ponto percentual abaixo do atual, de 6,5%.
A medida, anunciada na noite de quinta-feira (25), é uma demonstração política de pulso firme do governo com a inflação, cuja estimativa oficial para 2015, de acordo com prognóstico do Banco Central (BC) divulgado no dia anterior, é de 9%, ou 50% acima do novo teto inflacionário.
O novo teto reforça o compromisso oficial do governo da presidenta Dilma Rousseff com a convergência da inflação para o centro da meta, apesar das dificuldades para controlar os preços no presente ano.
Essa dificuldade tem origem, principalmente, na aplicação do princípio da realidade tarifária nos preços administrados, como tarifas de energia e combustível. Ambos têm impacto direto e imediato sobre os custos e a formação dos preços no varejo. A realidade tarifária visa recompor a capacidade das concessionárias de energia e a Petrobras de financiarem novos investimentos para expansão da geração de energia e produção de petróleo.
No ano passado, a inflação brasileira ficou em 6,41%. Esse índice estaria fora do limite oficial se viesse a ocorrer a partir de 2017. Em 2014, porém, não extrapolou o script dos 6,5%.
O novo limite foi fixado com a decisão do CMN de reduzir de 2 pontos para 1,5 ponto porcentual a margem de flutuação do indicador. O centro da meta inflacionária, que é o objetivo primordial do esforço monetário das políticas econômicas do governo brasileiro, continua sendo 4,5%.
O último ano que o centro e o limite permanecem como estão é o ano que vem, 2016 – até lá, valem os 6,5% e os 4,5%.
Apesar de não ter havido qualquer pronunciamento oficial sobre a medida, o mercado interpreta o novo limite como demonstração de intolerância com a inflação e de coesão entre os ministros da equipe econômica, da Fazenda, Joaquim Levy, do Planejamento, Nelson Barbosa e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.
Informações do jornal “O Estado de São Paulo” dão conta que a decisão dos três à favor da redução do teto foi unânime, por considerarem a mudança benéfica ao ajuste macroeconômico em curso.
Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias