Em sete meses de gestão, o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), conseguiu reorganizar as contas do estado e vislumbram agora a meta de melhorar o Produto Interno Bruto (PIB) o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
Para alcançar esses objetivos, o governo aposta na ampliação de investimentos em infraestrutura e em parcerias com o Banco Mundial, governo federal e empresas. Para isso, Wellington Dias viajou para os Estados Unidos no último dia 22 de julho, onde finaliza a negociação para liberar dois empréstimos para o estado.
O recurso, na ordem de R$ 900 milhões, será utilizado nas áreas de saúde, educação, meio ambiente e desenvolvimento rural.
“Vamos fazer um programa de educação voltado para a qualidade de ensino e a permanência dos jovens na escola, principalmente no ensino médio, de maneira a diminuir a evasão escolar”, detalha o secretário de Planejamento e Gestão da Economia, Antonio Neto. De acordo com ele, as negociações estavam paradas na gestão anterior e foram retomadas pelo governador Dias.
O dinheiro também será utilizado para construir ao menos um hospital referência para atendimentos de urgência, consultas eletivas e cirurgias em cada região do estado. “Atualmente, há uma demanda importante, devido ao número de pessoas que saem do interior para serem atendidas na capital”, explica o secretário.
No meio ambiente, o recurso vai contribuir para preservar rios e bacias. “E outra área é a de desenvolvimento rural. Vamos trabalha na irrigação”, destaca Antonio Neto. O foco será a região do semiárido, com a oferta de capacitação.
“A iniciativa alia o combate à desigualdade, a erradicação da pobreza e ao mesmo tempo incorpora novas tecnologias. É um programa muito arrojado que em quatro anos objetiva melhorar os índices do Piauí em relação ao IDH”, ressalta o secretário de Planejamento e Gestão da Economia.
Outros acordos em curso, com o Fundo de Garantia e Fomento da Agricultura, Pecuária e Avicultura (Fira) do México e com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), vão injetar mais investimentos na agricultura familiar e no setor de infraestrutura.
“Temos aí um potencial de investimento nesses quatro anos em torno de R$ 2 bilhões. A gente já avançou nas primeiras gestões do governador Dias, época em que o PIB do Piauí dobrou”, lembra.
Energia limpa – O estado tem que aproveitar a energia dos ventos e do sol para crescer, defende o secretário. Segundo Neto, “a grande novidade este ano” é a implantação de dois projetos de energia eólica. Um na Chapada do Araripe, no semiárido, e outro na região litorânea.
O secretário garante que o Piauí será, nos próximos anos, um dos estados que mais vai produzir energia eólica. “E também já começa a ter uma procura por energia solar. Temos um potencial muito grande para essas duas fontes”, ressalta.
“São dois aspectos que o governo se planejou e está fazendo uma política de atração de investimentos”, complementa.
As empresas arrendam as propriedades, pagando ao dono da terra cerca de três salários mínimos por mês, em contratos que duram aproximadamente dez anos. O negócio gera também empregos.
“Isso é um avanço muito grande do ponto de vista da manutenção do homem do campo, da inclusão social e da dinamização da economia”, defende Neto.
De acordo com ele, a capacidade instalada no litoral é de geração de 500 megawatts. No Araripe, a expectativa é de geração de mais de cinco mil megawatts.
Início difícil – Antonio Neto, no entanto, ressalta que o início da gestão foi marcado pela necessidade de reorganização das contas.
“Recebemos o estado com uma situação fiscal muito debilitada, tínhamos mais de R$ 300 milhões de restos a pagar, um elenco de planos de cargos e salários não cumprido”, lembra.
Além disso, o governo estadual não podia firmar convênios com o governo federal porque havia ultrapassado o limite de gasto com folha de pagamento imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Uma fase agora superada, garante o secretário. “A casa foi reestruturada e demos o segundo passo”, analisa, ao falar sobre a retomada de investimentos em infraestrutura e mobilidade urbana, como a Rodoanel de Teresina e os R$ 30 milhões em pavimentação asfáltica para diversas cidades.
Por Cristina Sena, da Agência PT de Notícias