O ministro da Fazenda, Guido Mantega, e a ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, anunciaram nesta quinta-feira (20/2) a meta de R$ 109,4 bilhões de superávit primário para o setor público em 2014. Esse valor representa 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB). Também foi divulgado o contingenciamento de despesas no total de R$ 44 bilhões. Durante a apresentação da programação orçamentária, o ministro Mantega afirmou que “há comprometimento do governo em alcançar esse superávit de 1,9%, pois é uma projeção conservadora, bastante realista e exequível”. Mantega acredita que a meta de primário será bem recebida pelo mercado, pois, além de ser a mesma do ano passado, terá menos receitas extraordinárias em sua composição. Quanto à contenção de gastos, o chefe da Fazenda disse que este é o melhor caminho “para reduzir a inflação e garantir o crescimento sustentável do país”. Segundo o ministro, três fundamentos nortearam o governo na elaboração da programação orçamentário de 2014: contenção das despesas de custeio, ampliação dos investimentos e manutenção dos programas sociais. Consolidação fiscal Em resposta às criticas de que o governo vem economizando menos nos últimos anos, Guido Mantega explicou que, no período pré-crise, conseguia-se realizar primários altos. Porém, depois de 2008, isso ficou mais difícil, pois foram adotadas medidas, como as desonerações tributárias, para estimular a economia. De acordo com Mantega, mesmo com essa redução do primário, o Brasil continua sendo um dos países com um dos maiores superávits do mundo, o que tem reduzido as dívidas líquida e a bruta do país. “Pretendemos continuar com essa trajetória”, frisou. Em 2014, o compromisso do governo federal é economizar R$ 80,8 bilhões (1,55% do PIB). Para estados e municípios, a meta de primário é de 0,35% do PIB (R$ 18,2 bilhões). “Acreditamos ser perfeitamente possível estados e municípios fazerem esse primário, que é menor frente a anos anteriores”, explicou o ministro. PIB Pelas projeções do governo, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro irá crescer 2,5% em 2014. Conforme justificou Mantega, essa projeção “mais modesta de crescimento” leva em conta a recuperação mais lenta das economias internacionais e os impactos decorrentes da retirada dos estímulos, principalmente dos Estados Unidos, que trouxe volatilidade aos mercados. “Num primeiro momento, essa volatilidade atrapalha o crescimento dos países emergentes de foram geral, mas deve se acalmar logo”, analisou Mantega ressaltou ainda que os investimentos serão “a locomotiva do crescimento” deste ano e dos próximos anos. “Tanto o investimento público quanto o privado irão crescer como um todo, embora os investimentos privados tendam a crescer ainda mais devido às concessões em infraestrutura”, afirmou. (Ministério da Fazenda)