Diante de milhares de paraibanos, a presidenta eleita Dilma Rousseff criticou a manobra do ministério golpista das Cidades, Bruno Araújo, que retirou R$ 17 milhões já liberados para conclusão de obra de mobilidade em João Pessoa (PB).
Para Dilma, o ato dos golpistas é “politicagem”, que confunde o dinheiro público com o dinheiro pessoal.
“Isto está na origem da corrupção. Chama-se patrimonialismo, quando você confunde o dinheiro público com o seu poder, é o claro desvio de poder”, afirmou, durante Audiência Pública em defesa da democracia na Assembleia Legislativa da Paraíba, nesta quarta-feira (15).
A presidenta fez um paralelo entre a ação do governo golpista de Michel Temer e a política arcaica da República Velha, em que os amigos do governo recebiam benesses, enquanto os adversários, penalidades.
“Não passar os 17 milhões para a obra que beneficia a Paraíba é desvio de finalidade, é crime contra o povo da Paraíba. Isso é grave porque se fazem isso aqui na Paraíba, podem fazer em qualquer parte do País. Por isso é importante que fique claro que essa prática é antiga, se confunde com o Brasil atrasado, que nós lutamos para acabar. E estou hoje na terra dos homens e mulheres que lutaram contra a República Velha”, destacou.
Dilma ressaltou a atuação republicana que tanto ela quanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sempre tiveram, “mesmo com os nossos opositores”.
“Nós não governamos para três ou quatro pessoas, nós governamos para a população do País. Tirar R$ 17 milhões de uma obra fundamental para o povo de João Pessoa e da Paraíba é um desrespeito a essa prática republicana que é governar para a população e não fazer politicagem”, disse.
A presidenta eleita afirmou que fez questão de marcar presença no evento da Paraíba para ratificar a conquista pela democracia, lembrando que ela foi uma das mais duras vitórias a ser alcançada.
“Todos sabemos que nossa democracia foi conquistada com luta, com sangue derramado, com exilados, e tortura. A democracia foi um ato construído pelo povo brasileiro, sobretudo, nos últimos anos, garantiu para todos a possibilidade de falar o que pensamos, de defender aquilo que acreditamos, e ainda de escolher aquelas que nos representará. Esse processo hoje corre risco”, enfatizou.
Segundo ela, a inclusão social também está ameaçada com esse golpe. “Querem reduzir tudo, querem reduzir o SUS, querem acabar com Minha Casa Minha Vida, querem reduzir os direitos individuais e coletivos”.
E lembrou a atenção dada pelos governos do PT à região Nordeste.
“Meu governo e o governo do presidente lula sempre deram muita importância para o desenvolvimento do Nordeste e tivemos a compreensão que o Nordeste é uma área fundamental no território brasileiro, porque aqui tem uma parte trabalhadora, criativa que representa 25% da população brasileira”, destacou.
Ao final, Dilma agradeceu o apoio popular, principalmente das mulheres. “É fundamental resistir. Tenho orgulho do apoio que tenho recebido das mulheres e eu quero dizer que saberei honrar esse apoio”, afirmou.
Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias