O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) começou a “preparar” o mercado para o anúncio do pacote de concessões do governo, que é negociado entre vários setores oficiais desde o início do segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff, em 1º de janeiro deste ano (2015).
O objetivo dos leilões, segundo reiteradas manifestações dos ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, é atrair investimentos, retomar o vigor do processo econômico e reaquecer o mercado de trabalho e a geração de renda.
Empreendimentos nas áreas de energia, petróleo e logística (estradas, portos, aeroportos e ferrovias) devem assegurar investimentos privados de quase R$ 600 bilhões em quatro anos de leilões, informou o vice-presidente do banco, Wagner Bittencourt.
Ele se pronunciou sobre o assunto no Fórum Nacional do Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae), realizado na tarde de segunda-feira (11), no Rio de Janeiro. O dirigente do BNDES não precisou a data ao informar genericamente que o anúncio ocorrerá nos “próximos dias”.
A perspectiva do mercado é que o pacote saia até o início de junho. Bittencourt abordou o tema “Estratégia para o desenvolvimento do Brasil através do aproveitamento de grandes oportunidades” na palestra de abertura do evento, cujo assunto foi “A hora e a vez do Brasil diante da nova revolução industrial”.
“O governo está fazendo uma grande discussão de quais são os investimentos que temos que fazer e também de que forma fazer”, relatou o vice-presidente.
“O acréscimo de concessões de impacto, um sucesso até agora, foi muito importante para que os investimentos aconteçam, já que a qualidade do investimento privado tem uma facilidade e uma simplificação muito maior em relação ao investimento público” prosseguiu.
Ele acredita que o resultado será o atendimento ao usuário “de uma forma mais rápida”. Segundo Bittencourt, só o setor de energia deverá obter R$ 192 bilhões no próximo quadriênio.
Bittencourt destacou que o país vive uma situação “desafiadora” e que indicadores nacionais são sólidos, citando nominalmente as reservas internacionais, hoje em torno de R$ 337 bilhões.
Para ele, o esforço fiscal e as medidas de ajuste das contas públicas, em tramitação no Congresso devem reduzir a inflação deste ano – estimada em cerca de 8% – ao patamar de 5,6% em 2016.
“Se olharmos a dívida pública líquida em relação ao produto interno bruto (PIB), nós observamos uma queda significativa nas últimas décadas, o que leva hoje o Brasil a ter uma situação bastante mais equilibrada”, disse, conforme registro da Agência Brasil.
Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias