O governo Lula continua empenhado em retirar os cidadãos brasileiros das áreas de conflito no Oriente Médio. Desde o início da guerra entre o Hamas e Israel, 1.445 pessoas deixaram Israel e a Cisjordânia em nove voos da FAB, sendo que o primeiro ocorreu em 10 de outubro, apenas três dias após o começo do confronto.
Atualmente, os esforços se concentram na retirada de 34 cidadãos do país e familiares próximos da Faixa de Gaza. O grupo é formado por 24 brasileiros, sete palestinos com RNM (Registro Nacional Migratório) e três palestinos. Do total, 18 são crianças, 10 são mulheres e seis são homens.
Essas pessoas permanecem ali não por falta de empenho do governo brasileiro, que tomou as seguintes providências:
1) o Itamaraty informou, ainda em 9 de outubro, às chancelarias egípcia e israelense e às autoridades responsáveis na Faixa de Gaza, os nomes das 34 pessoas a serem repatriadas;
2) o governo Lula mantém permanente contato com o grupo, ao qual tem provido toda assistência possível, inclusive alojamento em Rafah (cidade ao sul da Faixa de Gaza), itens de primeira necessidade e serviços de telemedicina;
3) tanto o presidente Lula quanto o ministro Mauro Vieira têm se comunicado com as autoridades desses países para destravar o processo, sendo que a última conversa ocorreu na sexta-feira passada (3), entre Vieira e o ministro de Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen;
4) o governo brasileiro providenciou, há semanas, toda a logística para trazer essas pessoas ao Brasil — ônibus para levá-los pelo terminal de Rafah, ao sul da Faixa de Gaza, e depois até o aeroporto de Cairo, no Egito, onde já se encontra o avião para transportá-los até Brasil.
Gleisi: “Liberdade já para os brasileiros em Gaza”
O terminal de Rafah foi aberto à passagem de estrangeiros na quarta passada (1º). Porém, o terminal voltou a ser fechado na sexta-feira (3), após ambulâncias na Faixa de Gaza serem atingidas em bombardeio israelense. A reabertura ocorreu nesta segunda (6).
Nos dias de abertura, foram autorizadas a saída de centenas de estrangeiros, com ênfase, porém, em cidadãos de países aliados de Israel, como Estados Unidos e Inglaterra. Sem explicação, a saída do grupo brasileiro não foi permitida.
Tal atitude levou a presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, a protestar. “Pela terceira vez o governo israelense negou a saída de cidadãos e cidadãs brasileiros ameaçados pelo massacre contra população civil na Faixa de Gaza. E não apresentou qualquer explicação para essa atitude que discrimina um país, o Brasil, que tem históricas relações com o Estado de Israel”, escreveu Gleisi na rede social X, lembrando que o Brasil, à frente do Conselho de Segurança da ONU, fez todos os esforços por uma solução negociada para o conflito.
“Infelizmente, o governo israelense sinaliza que estabeleceu uma hierarquia política para a liberação de civis, privilegiando alguns países em detrimento de outros. Da mesma forma que defendemos a libertação dos reféns israelenses, não podemos admitir que civis brasileiros permaneçam ameaçados numa região sob massacre militar. Liberdade já para os brasileiros(as) em Gaza”, completou.
Na conversa com o ministro israelense Eli Cohen, o embaixador Mauro Vieira recebeu garantias de que até quarta-feira (8) todos os brasileiros que estão em Gaza poderão sair. O governo Lula segue empenhado para que a promessa seja cumprida.
Da Redação