Partido dos Trabalhadores

Governos do PT acertaram ao investir na geração de oportunidades iguais, defende Rui Falcão

Em entrevista à Rede TV, presidente do PT falou sobre os erros e acertos das gestões petistas e sobre as tentativas de golpe contra a presidenta

Foto: Paulo Pinto/AGPT

O presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Rui Falcão, afirmou em entrevista ao programa ‘É Notícia‘, da RedeTV, que os grandes acertos dos governos petistas foram “ter colocado os pobres no orçamento, ter tirado o Brasil do Mapa da Fome e ter gerado a possibilidade de ter uma sociedade com oportunidades iguais para todos”.

De acordo com o presidente da legenda, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidenta Dilma Rousseff ampliaram significativamente os investimentos em educação e saúde, além de terem resgatado a “autoestima do povo brasileiro”.

Questionado sobre os erros, Rui Falcão apontou que o partido deixou de realizar a democratização dos meios de comunicação e a reforma política “quando tínhamos força política para isso”, avaliou.

Em entrevista de quase uma hora, o presidente da sigla falou sobre as tentativas de golpe contra a presidenta Dilma.

“Nunca houve base jurídica e legal para essa tentativa golpista de abreviar o mandato da presidenta, mas com a decisão do Supremo (Tribunal Federal) houve um reforço da nossa convicção”, argumentou, sobre a decisão dos ministros de proibirem que um eventual processo de impeachment tramite na Câmara com base no regimento interno da Casa.

“Está claro agora que nós estamos abrindo um ciclo para encerrar essa crise política que é tão danosa para o País”, disse.

Para Rui Falcão, “aqueles que não souberam ganhar a eleição parece que também não souberam perder a eleição e insistem na tese de encurtar o mandato na presidenta”.

Rui comentou a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de autorizar a abertura de investigações da campanha eleitoral de reeleição da presidenta Dilma. O dirigente lembrou que o próprio Tribunal aprovou as contas da legenda por unanimidade.

De acordo com ele, o ministro Gilmar Mendes, por já ter se posicionado publicamente contra o governo e contra o PT, inclusive com insultos, deveria se julgar impedido de relatar o processo, caso o nome dele seja definido.

“O Tribunal não tem poderes para caçar o mandato de ninguém, apenas o Congresso Nacional pode fazê-lo”, avaliou, ao citar o jurista Dalmo Dallari como fonte da análise.

Ele ressaltou o papel da crise econômica mundial para a atual situação financeira do Brasil e defendeu a necessidade de ter tranquilidade política para retomar “as possibilidades de crescimento econômico”, com geração de emprego e distribuição de renda. “Enfim, de tocar aquele projeto que foi inaugurado pelo presidente Lula em 2003”.

O presidente declarou que o PT continuará combatendo tentativas golpistas e recorrerá novamente ao STF, se for necessário.

Em resposta à pergunta sobre um possível acordo entre o PT e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, para evitar o afastamento deste da Mesa da Casa em troca de apoio no caso de pedido de impeachment contra a presidenta, Rui afirmou que nunca houve esse tipo de negociação.

“Não há, da nossa parte, nenhum interesse de barrar os trabalhos do Conselho de Ética (que julga as denúncias contra Cunha). Não há nenhum acordo, nenhuma tentativa de acordo”, esclareceu.

Rui ressaltou que o PT sempre concedeu o direito de defesa a “todos aqueles que estão sendo investigados ou processados”, ao contrário do que comumente é feito com integrantes do partido.

Sobre as investigações da Lava-jato, ele lembrou ainda, que desde o governo Lula, todos os procuradores gerais da República nomeados pela Presidência estão no topo da lista elaborada pelo colégio de procuradores. “Não era assim no governo anterior, cujo procurador geral recebeu o apelido de engavetador da República”, criticou.

Questionado sobre a possível candidatura de Lula em 2018, Rui Falcão afirmou que esse é um desejo “muito grande” na sociedade e no PT. “Por tudo o que ele fez, pelo legado que deixou, pelas condições pessoais, por seu ativismo, por seu compromisso com a maioria da população, principalmente com o povo pobre”.

No entanto, a decisão não está tomada. “Com a campanha de desgaste, a tentativa de criminalização do PT, do Lula, as acusações diárias que dirigem a nós, ele (Lula) suscita temor nos adversários, imagine daqui a três anos, como não vai ser?”, indagou.

Por Cristina Sena, da Agência PT de Notícias