Estudantes, pais, movimentos sociais e sindicatos dos docentes em São Paulo (SP) e no Paraná (PR) se mobilizam para evitar a precarização da educação promovida pela gestão do PSDB nesses estados. Com o anúncio de ambos os governos em realizar mudanças na reorganização escolar, a população que depende do ensino público teme o fechamento de escolas.
Os constantes protestos em SP têm o objetivo de impedir a implementação da proposta do governador de SP, Geraldo Alckmin (PSDB) que prevê a reorganização por ciclo único nas unidades de educação.
Na prática, o tucano pretende separar totalmente os alunos das escolas estaduais por ciclo- fundamental I, fundamental II e médio. A Secretaria de Educação de São Paulo informou que o plano deve atingir 3,8 milhões de estudantes e 1 mil escolas do total de 5.108 unidades espalhadas pelo estado deve ser afetadas com a proposta.
A presidente da Apeoesp, Maria Izabel de Azevedo Noronha, conhecida como Bebel, alerta que a medida irá “desorganizar a rede pública”. Levantamento parcial feito pelo sindicato mostra que, pelo menos, 163 escolas no estado de SP poderão ser fechadas.
“Vamos lutar para não permitir fechamento de escolas públicas. Alckmin quer superlotar as salas de aula, demitir professores. Impor ao aluno estudar longe de casa é obriga-lo a abandonar os estudos. O tucano quer desorganizar a rede pública”, desabafa.
As manifestações tem sido fundamentais para barrar o prosseguimento do “plano oculto” da gestão PSDB em SP, avalia o deputado estadual João Paulo Rillo (PT-SP).
“Os protestos tem mostrado a insatisfação dos paulistanos com a falta de compromisso do governador Geraldo Alckmin com a educação. A grande mídia que blindava seu governo não consegue mais esconder o plano oculto de Alckmin, que é desmontar a rede de educação em São Paulo”, denuncia.
Rillo reforça que o PT, a Apeoesp e os movimentos sociais lutam para evitar retrocessos na educação. “Nós conseguimos impedir a aprovação do Plano Estadual sem que houvesse uma discussão sobre vários pontos, entre eles, a questão da suposta reorganização do ensino. Mas temos que continuar atentos aos atos do tucano”, disse Rillo.
No Paraná, os que dependem da escola pública também lutam para evitar o fechamento das unidades de ensino, como almeja o governo de Beto Richa (PSDB).
Segundo a secretária educacional do Sindicato dos Professores do Paraná (APP-Sindicato), Walkíria Mazeto, mais de 150 diretores de escolas da rede estadual no Paraná receberam um comunicado da Secretaria de Educação sobre a extinção de turmas e até escolas em 2016.
Ao invés do termo “reorganização escolar” ditado por Alckmin, no Paraná, Richa adotou o discurso de “otimização da rede”.
O tucano culpa a atual crise para propor o fechamento de escolas, ressalta Mazeto. A secretária educacional do APP-Sindicato crítica o autoritarismo de Richa e reforça que os atos do PSDB irão impactar no futuro educacional dos paranaenses, visto que em sete anos o Paraná fechou 451 escolas no campo, entre elas municipais e estaduais.
“Richa expulsa a população que está no campo ao propor o fechamento de escolas em áreas rurais. Se um estudante tiver que ir à cidade para aprender o que vai acontecer é um êxodo rural. O que o governador quer é precarizar a educação”, afirma Mazeto.
Mazeto informa que o Paraná enfrenta pelo terceiro ano fechamento de escolas no meio urbano e rural. Para ela, as alegações do governo tucano de redução de gastos por causa da crise é uma desculpa que “não convence”.
“A gestão de Richa não soube controlar o caixa do estado e agora precariza a educação. Culpar a crise não convence. O PSDB adota a política do estado mínimo, quanto menos gastar em política pública, melhor”, disse Mazeto.
Por Michelle Chiappa, da Agência PT de Notícias