Mais de 150 mil pessoas tomaram a praia de Copacabana neste domingo (28) para pedir a saída do presidente golpista Michel Temer e a realização de eleições diretas.
Foi um grande show que reuniu intelectuais, artistas, parlamentares, lideranças sindicais e milhares de pessoas. Dentre os artistas que participaram do ato estavam Caetano Veloso, Mano Brown, Milton Nascimento, Mart’nália, Teresa Cristina, Cordão da Bola Preta, Criolo, Otto, Mano Brown, Maria Gadú, BNegão dentre outros.
Os shows eram intercalados com discursos políticos que terminavam com os presentes gritando em coro “Fora Temer” e “Diretas Já”. Além de emocionante, o ato foi pacífico, bonito e democrático.
Vários parlamentares petistas marcaram presença no ato, incluindo o líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini e deputados da bancada. O Senador Lindbergh Farias (PT-RJ) foi um dos que discursaram em nome do partido.
“Para aqueles que falam que não existe solução jurídica para fazer diretas, eu digo que isso é falso! Na terça-feira vamos votar na Comissão de Constituição e Justiça do Senado a PEC das Diretas. E já vamos mandar um recado para aquele Congresso: nós não vamos participar de nenhuma eleição indireta! Só o povo pode dar legitimidade a um novo presidente da República!”, discursou o senador.
O presidente do PT do Rio de Janeiro, Washington Quaqua, destacou a importância dos partidos se unirem em torno dessas pautas, pois apenas com as ruas e a união das legendas as diretas poderão ser aprovadas.
“Nós do PT queremos chamar a unidade com os partidos democratas, de esquerda, direta, mas que tenham compromisso com a democracia. É hora de construir uma ampla unidade em torno da luta e da greve geral para derrotar Temer e construir as Diretas Já. O povo quer um governo novo para fazer a reforma da mídia, a agrária e a tributária”, disse o dirigente.
O presidente da CUT, Vagner Freitas, afirmou que vai chamar greve geral caso as reformas continuem tramitando no Congresso.
“Não adianta o Fora Temer, mas manter as reformas. Por que a Globo golpista quer derrotar o Temer? Porque eles acham que o Temer não consegue aprovar as reformas, então eles querem colocar um golpista pior para acabar com nossa aposentadoria. Deixo um comunicado a todo o povo: se as reformas continuarem, já convoco os trabalhadores e trabalhadores a fazer a maior greve geral da história do país”.
Para Guilherme Boulos, dirigente do MTST e da Frente Povo sem Medo, o evento no Rio de Janeiro marca um início importante de um grande movimento nacional capaz de devolver a soberania ao povo brasileiro. Ele alertou para as movimentações de congressistas e partidos que querem eleger indiretamente um novo presidente.
“Não tem condição alguma de Temer continuar no comando do país, agora, como sempre, os abutres começam a se movimentar por uma transição por cima, que seriam as indiretas. Precisamos dizer que eleição indireta não é admissível. O Brasil não quer presidente biônico de novo!”
Artistas também pedem diretas
Vários artistas estiveram presentes no ato. Em todas as apresentações, os músicos pediram “Fora Temer” e chegaram a adaptar as letras das músicas para encaixar o grito de “Diretas Já”. Otto e Mart`nalia, por exemplo, levaram o público ao delírio quando mudaram as letras de alguns sambas e substituíram por”Fora Temer”.
O ator Wagner Moura, militante dos direitos humanos, conduziu parte do ato e também discursou. “A gente que lutou conta o golpe e que foi contra o golpe do ano passado estamos aqui para o segundo round dessa luta. Não é possível que Temer siga presidente.”
Cantora e atriz, Elisa Lucinda fez um pronunciamento emocionado em favor da soberania brasileira e dos direitos dos trabalhadores.
“Dirão para eu deixar de ser boba, porque desde Cabral todo mundo rouba. Eu digo que não, esse será meu Carnaval, só com o tempo a gente consegue ser ético e livre, e não admito que tentem tirar minha esperança. Não dá para mudar o começo, mas podemos mudar esse final.”
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