Nesta sexta-feira (14), dia da greve geral que ocorre em todo o Brasil, as escolas, universidades e instituições de ensino amanheceram fechadas em apoio à luta pela aposentadoria e contra a “reforma” da Previdênciado governo de Jair Bolsonaro. Em entrevista à Rádio Brasil Atual, a presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Marianna Dias fez um balanço da paralisação. “Sem dúvida nenhuma que uma greve, um país não funcionando de forma efetiva, isso gera uma pressão mais forte sobre o governo e, quem sabe assim, eles conseguem ouvir porque estamos nesse processo de luta política”, analisou a presidenta da UNE aos jornalistas Marilu Cabañas e Glauco Faria.
Protagonistas do chamado tsunami da educação, como ficaram conhecidas as recentes mobilizações que tomaram centenas de cidades brasileiras contra o contingenciamento no orçamento das universidades e institutos federais, Marianna explica que a greve geral contra a “reforma” da Previdência não está dissociada da luta em defesa da educação, uma vez que os próprios cortes têm sido usados pelo governo para justificar a “urgência” das mudanças no regime de seguridade social.
“A gente não pode permitir que o MEC (Ministério da Educação) coloque estudantes contra professores, estudantes contra trabalhadores, porque essa é uma luta de todo mundo. A gente quer que os nossos professores e profissionais de educação sejam mais valorizados e não que eles passem por esse momento duro de retirada de direitos”, afirma Marianna. A presidenta da UNE destaca ainda que o adesão dos estudantes leva em conta os impactos da proposta do governo sobre a juventude. “A nossa base, nosso setor de jovens, serão muito prejudicados também porque sequer terá a perspectiva de aposentadoria se essa reforma passar, se for feita do jeito que está proposto”, ressalta.
A UNE se junta também ao ato político que ocorre às 16h, na Avenida Paulista, no vão livre do Masp, em São Paulo. “Só através dessa coletividade que a gente conseguirá de fato reverter esses absurdos que estão acontecendo no Brasil”, avalia Marianna.