O 7 de setembro, dia da independência, contou com diversos atos ligados ao Grito do Excluídos em São Paulo, todos marcados pelo “Fora Temer”. Na praça da Sé, algumas centenas de pessoas se reuniram às 8h e marcharam até a Igreja do Glicério. No meio da tarde, outro grupo voltou à praça. Na Avenida Paulista a maior concentração: uma marcha começou às 11h e seguiu em direção ao Parque Ibirapuera, contando com a presença do prefeito Fernando Haddad e do senador e candidato a vereador Eduardo Suplicy.
Haddad afirmou que “o grito dos excluídos é um movimento muito tradicional na cidade de São Paulo. É onde todos movimentos populares vem apresentar para a sociedade uma agenda social. Como os diretos sociais estão em risco no Brasil, esse evento ganhou uma importância ainda maior neste 7 de setembro”.
“Aqui são muitos movimentos sociais que estão cada um com sua bandeira, mas com um consenso: não querem um corte de direitos que se levou tanto tempo para conquistar. Só agora o pobre chega à universidade, só agora se universalizam direitos básicos, e é isso que as pessoas estão temerosas, estão com medo de perder”, disse Haddad.
Para o prefeito, “os trabalhadores estão apreensivos com a movimentação no Congresso” Ele acrescentou que “os movimentos populares se reúnem e apresentam para a sociedade a sua agenda de reivindicações, o que eu acho justo e democrático. Não entendo por que não liberar a cidade para manifestações que tenham o intuito de melhorar o Brasil”
A marcha da Sé contou com a presença da Intersindical, Pastorais do Povo de Rua e Pastoral Operária e teve apresentações de rap e teatro. A caminhada terminou no Glicério, uma região que tem abrigado muitos imigrantes e refugiados que vêm a São Paulo.
No ato da Paulista a presença de movimentos de moradia era forte, assim como os gritos de “Fora Temer” e “nenhum direito a menos”. Foram cerca de 15 mil pessoas, que caminharam ao longo de toda a avenida Brigadeiro Luís Antônio e terminaram em uma confraternização em frente ao Monumento às Bandeiras.
Atos em outras cidades
O Grito dos Excluídos é um conjunto de manifestações que ocorrem de maneira descentralizada, com o objetivo de denunciar os mecanismos de exclusão social e dar visibilidade à população que sofre com eles. Este ano o lema foi uma frase do Papa Francisco: “Este sistema é insuportável. Exclui, degrada, mata!”
A iniciativa já completa 22 anos e agora ganha um significado especial. Foram realizados atos em dezenas de cidades, todos marcados por gritos de “Fora Temer”. Em Brasília, o presidente evitou desfilar em caro aberto e sequer usou a faixa presidencial.
Rio de Janeiro, Recife e Belo Horizonte tiveram enormes manifestações, com mais de 10 mil pessoas cada.