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Guerra contra o zika: Dilma reforça combate ao Aedes aegypti

Governo federal promove grande mobilização contra o mosquito neste sábado. Saiba as iniciativas do governo contra o Aedes e o zika vírus

Presidenta Dilma Rousseff no dia de mobilização do governo para eliminação de possíveis criadores do Aedes aegypti. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

O mundo está em alerta por causa dos riscos oferecidos pelo zika, transmitido pelo Aedes aegypti, e os casos de microcefalia em recém-nascidos relacionados ao vírus. Enquanto não há uma vacina contra a doença, a melhor prevenção é combater o mosquito, que também é o transmissor da dengue e da febre chikungunya. Por isso, o governo federal promove, neste sábado (13), uma grande mobilização nacional contra o Aedes.

Cerca de 220 mil militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica irão às ruas de 356 municípios de todo o País. A presidenta Dilma Rousseff acompanhará pessoalmente a mobilização no Rio de Janeiro, enquanto todos os ministros serão enviados a outras cidades para participar da “guerra” contra o mosquito. 

A meta é visitar três milhões de residências e orientar a população no combate ao mosquito. Além da mobilização deste domingo, o governo federal anunciou, desde o início do ano, uma série de medidas para conter o avanço do vírus zika e da microcefalia no Brasil.

Entenda as principais iniciativas já tomadas pelo governo federal em relação ao mosquito e ao zika:

1 – Mobilização e Conscientização: Em pronunciamento nacional na última semana, a presidenta Dilma reforçou a importância de todos os brasileiros participarem da lista contra o Aedes. Ela também envolveu todas as esferas de governo na luta contra o zika. Mais de 10,9 milhões de domicílios brasileiros já receberam visitas de agentes de saúde e militares, que buscam focos do mosquito e informam os moradores sobre as melhores práticas para se evitar as doenças. A campanha será reforçada por 220 mil homens das Forças Armadas e 120 mil funcionários dos Correios, que vão ajudar na força-tarefa. 

Para promover a conscientização da população e facilitar o acesso a informações sobre o assunto, o Ministério da Saúde lançou o hotsite combateaedes.saude.gov.br. O portal reúne dados com informações para gestantes, profissionais e gestores da saúde e a população em geral.


2 – Mutirões de Limpeza: Além da conscientização da população, o governo federal deu o “exemplo” e realizou mutirões de limpezas e prédios públicos e também distribuiu larvicidas. O “Dia da Faxina”, realizado em 29 de janeiro, teve como objetivo inspecionar e eliminar possíveis focos do mosquito em todos os prédios do governo federal no país.  A ação integra o eixo de mobilização do Plano Nacional de Enfrentamento à Microcefalia e aconteceu em ministérios, autarquias, agências e demais órgãos vinculados, envolvendo cerca de 1,6 milhão de trabalhadores


3 – Auxílio e Proteção:
 Com o surgimento de mais casos de microcefalia, principalmente no Nordeste, o governo federal anunciou, também em janeiro deste ano, que as mães de crianças diagnosticadas com microcefalia poderão se inscrever no Benefício de Prestação Continuada (BPC).
O auxílio será pago por meio do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, com o valor de um salário mínimo por mês (R$ 880). No entanto, para receber o valor, é preciso ter renda per capita familiar inferior a 1/4 de salário mínimo (R$ 220).

Há, também, uma iniciativa criada para proteger as grávidas beneficiárias pelo Bolsa Família: a distribuição de repelentes. O governo trabalha com a estimativa de 400 mil gestantes em todo País.


4 – Acesso Facilitado:  No início de fevereiro, a presidenta Dilma editou Medida Provisória (MP) que ordena ações de combate ao Aedes aegypti. Entre as iniciativas, está o ingresso forçado de agentes públicos em imóveis públicos e particulares, se eles estiverem abandonados ou não haja alguém para autorizar o acesso das equipes que eliminam eventuais focos do mosquito. A MP também prevê que os agentes de saúde poderão pedir ajuda à polícia, quando for necessário, para entrar em algum local com suspeita de ter criadouros do Aedes.

5 – Parcerias Internacionais: O combate ao vírus zika também mobiliza diversos outros países e organizações internacionais. Em janeiro, a presidenta Dilma propôs  ao presidente norte-americano, Barack Obama, uma união dentre os países contra o vírus. Assim, foi formada uma parceria para o desenvolvimento da vacina. Os dois se comprometeram a criar um Grupo de Alto Nível, com base na cooperação existente entre o Instituto Butantan e o National Institutes of Health (Instituto Nacional de Saúde), que já está produzindo vacina contra a dengue.

Nesta semana, o ministro da Saúde, Marcelo Castro, explicou que o governo brasileiro firmou parceria com a Universidade do Texas, nos Estados Unidos, para desenvolver, em até um ano, a vacina contra o vírus zika. Para isso, serão disponibilizados pelo governo brasileiro US$ 1,9 milhão nos próximos cinco anos. 

6 – Kits de diagnóstico: O governo federal vai distribuir, para a rede pública de saúde, 500 mil unidades de um novo kit que detecta, simultaneamente, os vírus causadores de zika, chikungunya e dengue. Assim, o diagnóstico será mais rápido e barato. Até o final do ano, deve ser implantado um novo tipo de exame, mais preciso e ainda mais barato, do tipo sorológico. O teste já está em desenvolvimento pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocuz).

 

Por Marcella Petrere, da Agência PT de Notícias