Durante entrevista ao podcast Flow nesta quarta-feira (26), o candidato do PT ao governo de São Paulo, Fernando Haddad, defendeu o aumento do salário mínimo paulista para R$ 1.580,00 e também a isenção de impostos nos produtos que fazem parte da cesta básica.
“Hoje, o trabalhador que ganha até dois salários mínimos não consegue ter renda até o fim do mês”, explicou Haddad. “Vou aumentar para R$1.580 o salário mínimo no estado de São Paulo e zerar o imposto da carne e da cesta básica para colocar comida na mesa das famílias paulistas”, assegurou o candidato petista.
“Não acredito em crescimento com a base da pirâmide sem chegar no fim do mês com dinheiro. O trabalhador tem que conseguir pagar as suas contas sem ficar endividado”, declarou. “Isso não é difícil de fazer. Temos que subir o salário mínimo tendo em consideração ao que ele compra. Alimentação, luz, aluguel, transporte, gás. Estamos perdendo poder de compra”, alegou.
Sistema tributário
Haddad também defendeu durante a conversa a implementação de um sistema tributário mais justo, que reduza impostos e aumente a taxação sobre renda e patrimônio.
“No Brasil se cobra muito imposto sobre consumo e pouco sobre renda e patrimônio. Resultado: o pobre paga mais imposto, proporcionalmente, do que o rico”, lamentou o petista. “Todo mundo sabe disso. Quando eu era prefeito, aumentei o IPTU das casas caras e diminui o IPTU das casas baratas. Então não tem uma alíquota única, de 1%, para todo mundo. O pobre paga 0,5%, e o rico paga 1,5%, a média dá 1%”, afirmou.
Haddad ainda criticou o presidente Jair Bolsonaro e o seu ministro da Economia, Paulo Guedes, que mantiveram o salário mínimo sem aumento real durante os últimos 4 anos, enquanto que a inflação dos alimentos, do aluguel e dos serviços básicos, como água, gás e energia elétrica, subiu muito mais do que o índice de preços que reajusta o mínimo.
Saúde e educação
Na entrevista, Haddad reafirmou seu plano para melhorar a Saúde no estado, com a iniciativa de levar 70 hospitais-dia para o interior de São Paulo. Ele lembrou que durante sua gestão como prefeito da capital, ele construiu 36 unidades desse tipo.
“É uma estrutura que fica a meio caminho. Não é nem uma UBS, nem um hospital geral. Os Hospitais Dia são um conceito novo, embora na capital eu tenha feito 35. Quero levá-los para o interior. Consultas, exames de imagens e cirurgias que não precisam internação. Eles botam a fila do SUS para andar e desafogam os hospitais gerais”.
Na área da Educação, ele que já foi ministro da pasta, pretende como governador de São Paulo fortalecer o ensino técnico no estado para que, num prazo de até 10 anos, todo estudante de ensino médio encerre o ciclo tendo aprendido uma profissão. Ele citou as Etecs e Fatecs, como “patrimônios” do povo paulista.
Segurança pública
Sobre o tema da Segurança Pública, Haddad voltou a defender a manutenção do programa estadual que determina o uso de câmeras nos uniformes pelos soldados da Polícia Militar e destacou que as mortes de policiais em conflito caíram 80% após a implementação das câmeras. E criticou a posição do seu adversário que quer tirar o equipamento.
“Quanto mais transparência na segurança pública melhor. É um equívoco esse negócio do Tarcísio de querer tirar as câmeras. (Depois da repercussão negativa) de novo ele foi para a televisão, ‘Não é bem assim, talvez não tire’. Qual é a dele? O cara está chegando agora em São Paulo e já quer passar nos cobres (vender) as empresas, tirar as câmeras. Não é assim que se chega num lugar”.
Haddad defendeu ainda a integração entre as forças de segurança do estado como forma de combater o crime organizado. Para ele, o policiamento ostensivo, que é o executado pela PM, é insuficiente e que o que falta para a efetividade do combate ao crime, é “completar o ciclo da investigação”, que é atribuição da Polícia Civil. “Sem um sistema de segurança integrado, vamos ficar enxugando gelo”, argumentou.
Sobre a Sabesp, o ex-prefeito de São Paulo reafirmou o seu posicionamento contrário à privatização da companhia lembrando que nos lugares onde se ocorreu a conta de água aumentou. “Em todo lugar (do mundo) que vendeu a companhia de água, aumentou a conta. A começar pelo Rio de Janeiro, que é o estado dele, que aumentou em 71% a conta de água por causa da privatização”.
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