O Brasil e o mundo viveram uma inédita celebração do 1º de Maio neste ano, distante das ruas em respeito às determinação da Organização Mundial da Saúde (OMS), por conta da pandemia. Alternando apresentações musicais, depoimentos e manifestações politicas, sindicalistas, lideranças dos movimentos sociais, representantes de partidos políticos e artistas uniram suas vozes online para exigir mudanças no país e no mundo. Lula, Dilma Rousseff, Fernando Haddad, Gleisi Hoffmann, Fernando Henrique Cardoso, Flávio Dino e Ciro Gomes participaram do evento.
O evento virtual contou com a participação de dirigentes das centrais sindicais CUT, CSB, Nova Central, CGTB, CTB, UGT e Força Sindical que denunciaram a radicação do governo Bolsonaro contra os direitos dos trabalhadores. “Abriram mão da soberania nacional para viabilizar a implementação de políticas neoliberais de redução do papel do Estado, de destruição das políticas públicas e redução drástica dos direitos trabalhistas e sindicais, conquistados em décadas de luta”, sintetizou Sérgio Nobre, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Em sua manifestação, Fernando Haddad convocou a união dos trabalhadores e democratas para combater o neoliberalismo e defender a democracia e direitos sociais. “Nossa tarefa agora é resistir mais uma vez, impedir os retrocessos, recompor o campo progressista, vigiar aqueles que foram eleitos com as bandeiras trabalhistas, combater os neoliberais que estão dilapidando os nossos direitos”, disse o ex-prefeito de São Paulo e candidato a presidência da República pelo PT, em 2018.
Para Haddad, enfrentar essas lutas é condição “para o movimento sindical e social recobrar forças e passar a linha ofensiva e voltar a adquirir os direitos dilapidados e vilipendiados nos últimos quatro anos”. Haddad destacou que pelo quarto ano consecutivo os governos neoliberais de Temer e Bolsonaro vem atacando todas as conquistas de décadas da classe trabalhadora. São direitos direitos expressos na CLT e na Constituição de 88, que garantiram ao longo da história da classe trabalhadora.
Fora, Bolsonaro
A falência do neoliberalismo, a defesa dos direitos dos trabalhadores, a garantia de democracia no país e o urgente afastamento de Bolsonaro do comando do país marcaram as manifestações. “Fora, Bolsonaro” foi o mantra das intervenções, em repúdio à condução genocida que o atual presidente e seu governo estão dando no enfrentamento da pandemia. Ao longo do evento, os participantes incentivaram uma ampla campanha de solidariedade para garantir condições aos trabalhadores cumprirem a quarentena.
Pela manhã, em mensagem nas redes sociais, o ex-presidente Lula apontou que “a pandemia deixou o capitalismo nu”. Para Lula, “o capitalismo está com os dias contados. Está moribundo. E está nas nossas mãos, a tarefa de construir um novo mundo”. A ex-presidenta Dilma Rousseff e a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffman (PT-PR), também denunciaram a falência neoliberal e a urgência em construir um mundo com igualdade e solidariedade.
O presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Fernando Pigatto, acusou o governo de “irresponsável, criminoso e genocida”, reafirmando posição da entidade divulgada nesta semana. O cientista Miguel Nicolelis, agradeceu os “esforços heróicos” dos profissionais de saúde e pediu para “tentar imaginar um novo futuro, com um grau maior de empatia humana, de solidariedade”.