O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou, em entrevista ao jornal “Valor Econômico” publicada nesta sexta-feira (15), que o Passe Livre Estudantil, concedido pela prefeitura a mais de 530 mil estudantes, representa um custo de R$ 700 milhões por ano para a município. Além disso, a prefeitura também concede transporte gratuito aos idosos. As duas iniciativas beneficiam 2,2 milhões de pessoas, ao custo anual de R$ 2 bilhões.
Caso o Passe Livre fosse implementado em todo o transporte público, o custo seria de R$ 8 bilhões, informou Haddad ao jornal.
“Só o Passe Livre Estudantil, que foi um gesto de diálogo com o movimento, corresponde a um subsídio de R$ 700 milhões por ano. O Passe Livre Estudantil abrange 70% dos alunos, todos de escola pública e baixa renda”, explicou o prefeito.
“Além disso, tem subsídio ao idoso. Diminuímos a idade para 60 anos – os homens eram 65 anos. No total, são 22% de passagens gratuitas, 2,2 milhões de pessoas que não pagam passagem de ônibus, a um custo de quase R$ 2 bilhões”, apontou Haddad.
Ao fazer uma avaliação sobre sua gestão, Haddad afirmou que a prefeitura de São Paulo está em seu melhor momento. “Creio que nesse último ano de mandato possamos atingir entre R$ 17,5 bilhões e R$ 18 bilhões de investimento no quadriênio, o que é um recorde histórico”, relatou.
O prefeito garantiu que, até o final do seu mandato, entregará 15 CEUs e deixará mais cinco com obras iniciadas.
“Vamos entregar 20 hospitais-dia e 10 hospitais-dia móveis, 3 hospitais gerais, 16 UBS, 15 UPAs, CEUs, a duplicação de vias importantes, obras de drenagem, muita coisa. Mais do que qualquer prefeito me antecedeu, em condições econômicas mais favoráveis”, enumerou.
Ao ser questionado sobre mobilidade urbana, Haddad destacou que, em menos de quatro anos, quase dobrou o número de ciclistas na cidade.
“Segundo pesquisa do Ibope, aumentou 70%. Não teve divulgação dessa pesquisa do Ibope porque a imprensa é muito contra o programa de mobilidade da prefeitura. Todos os editoriais, sem exceção, são contra o plano de mobilidade”, argumentou o prefeito.
Além disso, Haddad saiu em defesa da redução da velocidade nas marginais da cidade. Segundo ele, a iniciativa salvou 300 vidas e reduziu ao menos em 10 mil o número de feridos no trânsito.
“Sobre a redução da velocidade, prefiro ser criticado e ter salvado 300 pessoas, que deixaram de morrer em um ano no trânsito. Foram cerca de dez mil feridos a menos. Ouço os técnicos da CET e não faço demagogia com a vida dos outros. Segui orientação técnica e os resultados estão ai, para ninguém mentir. É a velocidade máxima nas cidades europeias todas [50 km/h]. Fomos todos muito criticados pelo plano de mobilidade. O engraçado é que é uma lei federal”, ressaltou.
Ao comentar uma suposta rejeição entre os paulistas, Haddad lembrou que, em 2012, pesquisa Datafolha da véspera do primeiro turno apontava apenas 20% para o petista. “Respeito instituto de pesquisa, mas a vida não é assim. Todo mundo dizia que eu iria perder a eleição em 2012. Não vi nenhum analista falar que eu ganharia”, lembrou.
O fim do financiamento empresarial de campanha também foi tratado na entrevista. Para Haddad, “a doação empresarial é péssimo exemplo para democracia e está na raiz de muitos problemas que vivemos no País”.
Da Redação da Agência PT de Notícias