O governo de Michel Temer (PMDB) fez o investimento público regredir em 27 anos. A avaliação é da Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão de pesquisa ligado ao Senado Federal, que realizou levantamento tendo como base os recursos utilizados aplicados em infraestrutura, educação, desenvolvimento e pesquisa pelos governos estaduais.
Para o líder da Oposição no Senado, Humberto Costa (PT), o País pode demorar uma geração para se recuperar destes cortes nos investimentos. “Não há país que se desenvolva sem que haja escolas de boa qualidade, estradas e vias para escoar a produção, que não tenha uma ciência forte. O retrocesso que a gente está sofrendo agora, em áreas vitais para economia, pode demorar muito tempo para ser superado. Temer fez o Brasil regredir 30 anos em um”, afirmou o senador.
Segundo os dados da IFI, o investimento total dos governos estaduais, acumulado em 12 meses, até junho de 2017, foi de R$ 28,7 bilhões, quase metade do que foi investido em 2014, cerca de R$ 57,8 bilhões. O valor deste ano é inferior também à média dos investimentos da década de 1990. De 1994 a 2000, o aporte ficou na casa dos R$ 30,6 bilhões por ano, em valores corrigidos.
Para Humberto, o Brasil já sente os feitos da PEC dos gastos, também conhecida como a “Lei do Fim do Mundo”, aprovada no final em 2016, que congela os investimentos por 20 anos.
“Começamos a perceber como esta PEC tem efeito devastador no País e que a situação só deve piorar. Não conseguiremos avançar sem que possamos derrubar este projeto de lei”, avalia.