A juventude negra é a nova identidade do nosso partido, são os novos olhos, as novas construções. Durante esse período de golpe, a juventude vem sendo protagonista na luta contra os retrocessos e investidas desse governo ilegítimo. Passamos pelo processo de diversos atos, ocupações secundaristas, ocupações universitárias e por um dos congressos mais mobilizados do Brasil, o CONUNE.
Em face disso, a juventude vem sendo o motor das mudanças brasileira. Mas é extremamente necessário discutir o novo perfil da juventude petista brasileira, da qual, a juventude negra se mantém presente.
Para além das políticas para juventude, precisamos abordar a juventude negra como principal rosto desse partido. Nos interiores, nas cidades grandes, nos grandes centros urbanos, a juventude negra é quem toma a presença do partido para sí. Mas será que o discurso da branquitude vem sendo modificado no nosso partido?
Precisamos entender que o discurso de “empoderamento” já não nos contempla mais, nós queremos direitos, acesso e espaço para que façamos o nosso trabalho. Espaço para que possamos discutir e transformar o nosso partido e só vamos conseguir isso, a partir do momento que enxergamos o partido tal como ele é.
Enxergar o racismo dentro do nosso partido, não é deslegitimar ou expor o PT, mas mostrar que estamos enxergando os erros históricos para consertá-los. Não é a toa que grande parte dos nossos dirigentes são homens brancos, existe uma estrutura patriarcal e racista que os coloca em espaço de privilégios.
Enfim, vale o entendimento de que precisamos de mais discussões sobre a juventude negra no nosso partido e precisamos gerar política para tal. A juventude negra precisa ser ouvida, não como acessório, mas como peça principal no futuro desse partido.
Por Ícaro Jorge, estudante de Salvador (BA), para a Tribuna de Debates do PT.