O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em entrevista ao jornal “El País“, publicada na quarta-feira (9), que o impeachment instalado contra a presidenta Dilma Rousseff tornou-se um “processo de vingança” contra o PT.
Lula disse ainda que a tentativa de destituir a presidenta não tem “nenhuma procedência”. Para ele, o Congresso atropelou o julgamento das contas do governo e discute a possibilidade de impeachment antes de chegar a um veredito sobre o caso das supostas “pedaladas fiscais”.
“As alegações sobre as contas da presidenta não é o Tribunal de Contas que vota, é o Congresso Nacional. Então que as contas que sejam votadas no Congresso antes de se falar em impeachment”, repreendeu.
“Você não vota as contas e já coloca o impeachment? E coloca como um processo de vingança com relação ao comportamento do PT. Mais grave ainda”, reforçou.
O ex-presidente avaliou ainda que há no Brasil hoje uma “combinação de dificuldades reais” e culpa a postura da oposição pelo agravamento da crise política. Aponta também, mais recentemente, o presidente da Câmara dos Deputado por “afrontar constantemente” a governança do país, “colocando pautas difíceis de serem aprovadas pelo Congresso, inclusive que complicam a própria economia do país”.
Ainda sobre a postura de Cunha, o ex-presidente disse que “faz parte da índole” do peemedebista “criar dificuldade” para a presidenta Dilma. Lula disse ainda que o presidente da Câmara tem um “comportamento totalmente irresponsável”, por não levar em consideração o que é bom para o País.
“O povo brasileiro está ansioso para que o país possa voltar a progredir, voltar a crescer. Para que a presidenta Dilma tenha a tranquilidade de governar esse país, para isso é necessário que ose votem as reformas que a presidenta mandou para o Congresso. É o que vai dar tranquilidade para a presidenta Dilma exercer o seu mandato”, disse.
Entretanto, o ex-presidente não acredita que o pedido de impeachment irá vigorar. “Se uma crise econômica num país qualquer, fosse razão para cair um presidente da República, todos estariam demitidos de 2008 para cá”, afirmou.
Da Redação da Agência PT de Notícias