O líder do governo na Câmara, José Guimarães (CE) criticou, nesta quarta-feira (9), a imprensa brasileira pela busca diária em criar uma “divergência” do governo com outros setores públicos ou da presidenta Dilma Rousseff com políticos aliados para serem “potencializadas na mídia”.
Em entrevista à imprensa, no Salão Verde da Câmara, Guimarães foi questionado sobre as mudanças de opiniões do governo e se isso não pode dar uma impressão de que o executivo está perdido ao tomar algumas decisões. Enfático ele disse que essa é mais uma “lenda” criada pela mídia e afirmou que, diferente do que acontecia, o governo está dialogando com diversos setores, ministros, empresários e trabalhadores para tomar as decisões acertadas sobre a reforma administrativa e o orçamento de 2016.
“Nós precisamos compreender que há vários setores que apostam no quanto pior, melhor. Não há problema em voltar atrás. Problema é não debater. O governo vai seguir conversando, colhendo opiniões para na hora certa encaminharmos uma proposta compatível com o gasto e a receita”, disse o líder.
O parlamentar explicou que o caminho para que a melhor decisão seja tomada é o diálogo e que não há problema alguma em debater e ouvir opiniões diferentes. “Quem vai definir qual o caminho seguiremos após ouvirmos todo mundo é a presidenta Dilma em conjunto com o vice-presidente, Michel Temer, os ministros e a base aliado no Congresso Nacional”, explicou.
Reforma administrativa – José Guimarães afirmou também que o governo vai diminuir os gastos com a máquina pública, reduzindo cargos comissionados, passagens aéreas, segurança, energia e ministérios. Segundo ele, até o final deste mês, a presidenta Dilma Rousseff deve enviar ao Congresso a proposta orçamentária com a quantidade exata dos ministérios que serão cortados.
“Há alguns meses vocês (imprensa) faziam pressão dizendo que tínhamos muitos ministérios em funcionamento e que devíamos diminuir. Quando falamos que tínhamos a intenção de cortar cerca de dez deles, vocês começaram a dizer que não fará diferença nos gastos públicos”, ressaltou.
No primeiro semestre, foi votada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que propôs o corte na quantidade de ministérios do governo Dilma. Em seguida, a presidenta sugeriu, na reforma administrativa, a redução das pastas. “Isso mostra que o governo está em sintonia com o que o Congresso está discutindo”, explicou.
Orçamento – Ao ser questionado sobre a transparência nas contas do governo para 2016, o deputado disse que “nunca” existiu tanta transparência na elaboração de uma peça orçamentária.
Sobre os cortes em programas sociais, Guimarães reafirmou que isso não acontecerá e disse que qualquer país no mundo que passa por uma crise econômica se adéqua a realidade. E ponderou, afirmando que não irão cortar o Bolsa Família, o Minha Casa Minha Vida ou estabilizar a política de reajuste do salário mínimo.
“Para mim, programas sociais são investimentos. O governo tem que ter enorme responsabilidade com isso. São esses programas que vão sustentar a retomada da economia brasileira”, disse.
Segundo o deputado, o governo continuará investindo em tudo que está iniciado e planejado. Serão liberados recursos para aquilo o que já está planejado e iniciado no Minha Casa Minha Vida, o governo concluirá Unidades Básicas de Saúde e escolas profissionalizantes.
“Vamos fazer com que todos que estão inscritos no Pronatec concluam seus cursos e vamos pagar todo mundo que está no FIES. O novo orçamento fará com que o governo não possa criar mais coisas do que foram planejadas em 2014”, explicou.
“Portanto não tem corte coisa nenhuma. Apenas não serão iniciadas novas obras sem terminar as que existem. O Minha Casa Minha Vida 3 será lançado de acordo com as possibilidades orçamentárias. O governo vai adequar todos os seus programas a realidade econômica do país”, completou.
Por Danielle Cambraia, da Agência PT de Notícias