A presidenta Dilma Rousseff reforçou que as providências a respeito das denúncias contra a Petrobras e que citam membros do governo serão tomadas com base apenas nas informações oficiais dos órgãos investigadores. Ela respondeu sobre o tema em entrevista ao jornal Estado de São Paulo, nesta segunda-feira (8), no Palácio da Alvorada.
Dilma reiterou o compromisso dela contra a corrupção. No entanto, como as denúncias contidas no depoimento do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, foram divulgadas somente pela imprensa, ela solicitou as informações oficiais ao Ministério Público Federal e a Polícia Federal, para não tomar decisões precipitadas.
“Fiz o ofício para o procurador-geral pedindo ao Ministério Público, através do ministro José Eduardo Cardozo, que me informe, para tomar as providências cabíveis e elas serão proporcionais ao comprometimento das pessoas. Se estiver comprometida, é afastamento”, afirmou.
De acordo com a presidenta, o governo não está comprometido com qualquer malfeito e não dará à imprensa caráter que ela não tem perante as leis. “A imprensa não tem nenhum fórum inequívoco para dizer para mim se uma pessoa é corrupta ou não”, complementou a presidenta.
Em relação as críticas, Dilma exaltou o combate à corrupção feito pelos governos do PT. Segundo ela, enquanto nos mandatos anteriores a Polícia Federal não tinha estrutura e o procurador-geral da República era conhecido como “engavetador geral”, agora os órgãos têm força e liberdade para investigar e desmontar esquemas criminosos.
“O que me estranha é que outros esquemas não tiveram o mesmo destino. Mensalão do DEM, o mensalão original (do PSDB), com gente indiciada concorrendo ao governo”, avaliou. “Nós investigamos, fizemos o dever de casa, não deixamos nada escondido”. De acordo com Dilma, o senso comum de que a corrupção aumentou não leva em conta que, na verdade, o que aumentou foi a investigação. “Seja quem seja, doa a quem doer, é investigado”, constatou.
Durante a entrevista, Dilma lembrou, ainda, que durante o governo do PSDB, em 2001, nunca se investigou o afundamento da P-36. Na época, durante o segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, o acidente com a plataforma matou 11 trabalhadores da Petrobras e gerou um prejuízo, à época, de 350 milhões de dólares.
Em defesa da Petrobras, segundo ela, “maior empresa da América Latina”, a candidata à reeleição exaltou os resultados da companhia: crescimento do valor de mercado para 111 bilhões de dólares, grande quantidade de reservas de petróleo devido ao pré-sal, além da contribuição para o crescimento da indústria naval brasileira, hoje a quarta maior do mundo.
“Chegamos a 81 mil empregos em julho, e ano que vem vamos chegar a 100 mil na indústria naval. É fruto da Petrobras, e a força dela são seus trabalhadores, sua imensa capacidade de produzir petróleo, de gerar energia. É a maior empresa desse país”, afirmou.
Por Rodrigo Vasconcelos, da Agência PT de Notícias