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Inclusão: 64% dos “filhos” do Bolsa Família deixaram o programa quando adultos

Estudo do IMDS e FGV revela mobilidade social de 11 milhões de crianças e adolescentes atendidos pelo programa em 2005: 64% não dependiam mais do benefício em 2019, e 45% acessaram o mercado formal de trabalho

Roberta Aline (MDS)

Lula: "É sobre reduzir a fome e a pobreza e dar oportunidades para as futuras gerações”

O Bolsa Família, maior programa de transferência de renda do Brasil, transformou a vida de milhões de brasileiros e brasileiras. É o que aponta um estudo recentemente realizado por pesquisadores do Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social (IMDS), da PUC-Rio e da Fundação Getulio Vargas (FGV).

O impacto do programa vai muito além da mitigação da pobreza no curto prazo, conforme a pesquisa, O Bolsa Família, criado há duas décadas pelo presidente Lula, tem promovido mudanças duradouras, oferecendo às gerações futuras uma oportunidade real de romper o ciclo da miséria.

Segundo o estudo, 64% dos 11 milhões de dependentes de beneficiários do Bolsa Família que tinham entre 7 e 16 anos em 2005 não estavam mais inscritos no Cadastro Único (CadÚnico) para programas sociais em 2019.

Esses jovens, parte da primeira geração atendida pelo programa, demonstraram que o acesso à educação e a outras condições básicas proporcionadas pelo benefício foi fundamental para que eles pudessem construir um futuro melhor. Pelo menos 45% desse grupo acessou o mercado formal de trabalho pelo menos uma vez, uma evidência clara da mobilidade social proporcionada pelo Bolsa Família.

Os pesquisadores destacam que o fato de 45% desses jovens terem conseguido empregos formais, enquanto a média nacional para a faixa etária durante o período foi de apenas 31%, reforça a eficácia do programa em promover não só a inclusão social, mas também a inserção no mercado de trabalho. A transição para o mercado formal representa uma melhoria significativa nas condições socioeconômicas em comparação com a infância e juventude dos beneficiários.

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Transformação social

O estudo, publicado na World Development Perspectives, confirma uma mudança concreta na realidade brasileira. Ele desmistifica críticas ao Bolsa Família, que muitas vezes é atacado por setores conservadores como uma mera forma de assistencialismo. Ao contrário, os dados revelam que o programa não só reduz a dependência de benefícios sociais ao longo do tempo, mas também contribui para o equilíbrio fiscal do governo através de maior participação no mercado de trabalho e consequente arrecadação tributária.

O Ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome do Brasil (MDS), Wellington Dias, comemorou os resultados da pesquisa em suas redes sociais, afirmando que ela confirma o caráter transformador do Bolsa Família. Segundo ele, “o programa não só combate a fome e a pobreza, mas também oferece oportunidades reais para as futuras gerações, que querem progredir e melhorar de vida com seus próprios esforços.”

Lula também postou em suas redes sociais mais essa conquista do programa no combate à fome e a miséria no Brasil, além da inclusão social dos beneficiários. “Bom dia. Pesquisas sérias mostrando o excelente resultado do Bolsa Família ao longo do tempo. É sobre reduzir a fome e a pobreza e dar oportunidades para as futuras gerações”, disse.

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Desigualdades 

A pesquisa também revela que, ainda, as desigualdades estruturais do país são um obstáculo para muitos brasileiros e brasileiras. A saída do programa foi maior entre homens (69%) do que entre mulheres (55%), e entre brancos (65%) em comparação com negros (54%), amarelos (51%) e indígenas (46%).

As disparidades regionais foram registradas no Centro-Sul do Brasil, onde mais de 70% dos beneficiários deixaram de depender do Bolsa Família, enquanto no Norte e Nordeste, as taxas foram significativamente menores.

Essas diferenças reforçam a necessidade de políticas interseccionais, defendidas pelos governos do PT, que abordem as desigualdades de gênero, raça e região. Os pesquisadores destacam que a capacidade do Bolsa Família de promover mobilidade social está intimamente ligada às características locais, como infraestrutura de educação e saúde, além do crescimento econômico.

Em 2023, outra pesquisa do IMDS também comprovou a mudança na trajetória de inúmeras famílias brasileiras, que saíram da pobreza permanentemente. A pesquisa conclui que o Bolsa Família é uma “superação geracional”.

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“Um futuro melhor para o nosso povo”

O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, também comemorou o avanço. “É muito bom ver estudos que comprovam o que a gente sempre acreditou. Mais do que um programa de transferência de renda, o Bolsa Família ajuda a escrever novas histórias e a garantir um futuro melhor para o nosso povo. Trabalhamos com a convicção de que estamos no caminho certo”, postou Costa.

Outro a destacar o sucesso do Bolsa Família foi o senador Humberto Costa (PT-PE). “Criado pelo presidente Lula, o Bolsa Família é a maior política pública da história do nosso país e eu posso provar”, disse, no X.

Da Redação, com informações do Valor Econômico