Este cargo, que representa um grupo de países formado por Brasil, Colômbia, Equador, Filipinas, Haiti, Panamá, República Dominicana, Suriname e Trinidad e Tobago, vinha sendo interinamente ocupada por uma representante filipina, desde a saída de Fábio Kanczuk, atualmente diretor do Banco Central brasileiro. Seu mandato expira em 31 de outubro, prazo que o Banco Mundial já informou que será mantido, e após o qual deverá haver a eleição para um novo representante do grupo.
A indicação de Weintraub, feita às pressas pelo governo Bolsonaro, significa na realidade fornecer um salvo-conduto no exterior para um ex-ministro que está sendo investigado pela prática de crimes contra a democracia no Brasil.
Esta operação de fuga contrariou as praxes diplomáticas, pois a indicação foi feita sem consulta prévia aos demais países do grupo do Brasil no Banco Mundial, deixando evidente que Bolsonaro expôs mais uma vez o país a um vexame internacional.
Além de premiar de forma absolutamente indevida o pior ministro da Educação da história do Brasil, a indicação do ex-ministro é uma ofensa ao multilateralismo que o Banco Mundial representa. O discurso e a prática de Weintraub contrariam frontalmente os princípios da cooperação democrática entre os países e das relações internacionais regidas pela democracia e pelo respeito à soberania.
A respeitada presença do Brasil nos organismos internacionais é mais uma vez mais prejudicada pelo atual governo e suas políticas de desprezo pelas instituições. O PT denuncia mais este ato de Bolsonaro e conclama os demais países do grupo a não aceitar esta absurda e ofensiva indicação.
Gleisi Hoffmann
Presidenta Nacional
Romênio Pereira
Secretário de Relações Internacionais