A conversão de um indicador econômico, para medir o bem-estar das pessoas, em um gráfico estatístico para avaliar as condições de sobrevivência da população, demonstra que o brasileiro somente teve melhoria estável e duradoura de qualidade de vida após 2003, ano em que teve início o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
É o que comprova o estudo do sociólogo e professor Luís Antônio Campos, do Instituto de Estudos Sócio-políticos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Iesp-Uerj), ao qual a Agência PT de Notícias teve acesso.
“O que o estudo mostra é que nós tivemos pouco mais de dez anos (de avanços) sem precedentes no país”, afirma Campos.
“Isso foi resultado de duas coisas simultâneas: melhoria de renda mais aumento da distribuição da riqueza”, observa o professor.
Para elaborar a trajetória gráfica do indicador de bem-estar, Campos utilizou os dados do índice relativos a um período de tempo de 34 anos, pouco mais de um terço de século, compreendido entre 1981 e 2013.
O desenho gráfico da trajetória do período analisado, elaborado por Campos, mostra que o bem-estar da população avançou sempre em condições de melhoria permanente daqueles dois fatores.
É o que acontece depois da posse de Lula, conforme o modelo desenvolvido por Campos. O gráfico mostra um comportamento de ascensão linear nas condições sócio-econômicas do brasileiro.
No período de 23 anos anteriores a Lula, ao contrário, o indicador é instável, errante e caminha às voltas com curvas em alta e em baixa. “Houve um pequeno período de melhora de um ano, entre 1985 e 86, no governo Sarney” (de 1985 a 1989) – mas foi revertido em 87”, esclarece.
Em todo aquele período de mais de duas décadas não houve avanço que indique estabilidade na melhoria das condições de vida. Isso revela a volatilidade das políticas salariais e de distribuição no período que antecedeu os governos petistas.
Até o início dos anos 2000, o gráfico apresenta voltas em círculo ou meia circunferência sem sair do mesmo patamar. A partir de Lula, no entanto, o desenho só tem uma direção: para cima, sem viés de baixa.
Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias