A inflação brasileira está sob controle e deve fechar o ano em torno de 6%, abaixo do teto da meta de 6,5% e abaixo do patamar acumulado em 12 meses até agora, de 6,51%. Os números evidenciam a efetividade da política macroeconômica do governo federal. O controle da inflação foi mantido como prioridade nos 12 anos de gestão dos governos Lula e Dilma. Ao final de três mandatos, todos os indicadores econômicos são melhores que os apresentados até 2002, ano em que a inflação anual chegou a 12,5%, mais que o dobro do teto da meta daquele ano, que era de 5,5%.
Para controlar a inflação, o Governo Federal tem atuado em várias frentes. Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o estímulo ao aumento da produção agrícola está em primeiro lugar. “Isso porque uma parte da elevação de preços vem da área alimentar”, disse, explicando que a elevação é também puxada pelos preços internacionais.
“O Brasil é um grande produtor de alimentos e de insumos, porém o mercado internacional tem elevado esses preços nos últimos anos. Então, os preços aqui acabaram sendo altos também”, disse Mantega. Uma das medidas para reverter esse efeito são os fortes investimentos do Governo Federal nos Planos Safra. “Nossa produção de grãos tem crescido cada vez mais. Essa é a primeira arma para combater a inflação, aumentar a oferta de produtos”, afirmou o ministro.
O próximo passo, segundo ele, é controlar alguma demanda, função executada pelo Banco Central, “que faz esse papel com taxas de juros mais elevadas”. Para o ministro, um problema ocasional, a forte seca deste ano, causou aumento no preço de alguns produtos agrícolas. “Essa seca está se dissipando. Devemos ter o início do regime de chuvas e, portanto, isso vai diminuir o preço dos produtos, principalmente agrícolas”, disse.
Segundo o ministro, o preço dos alimentos varia de acordo com a época do ano. “Geralmente o preço dos alimentos sobe no final do ano, fica alto nos meses de janeiro e fevereiro e depois começa a cair”, disse Mantega.
Fatores sazonais, como, por exemplo, safra e entressafra, causam essas oscilações de preços. Para ele, a previsão para 2015 é animadora. “No próximo ano vamos ter preços mais baixos para grãos porque houve uma boa safra internacional de grãos”, previu o ministro, lembrando que o preço dos hortifrutigranjeiros depende muito do regime de chuvas, mas que acredita que para o próximo ano haverá uma pressão inflacionária menor de alimentos e de outros produtos de consumo.
O Programa de Governo para o novo mandato da presidenta Dilma Rousseff define várias metas que servem de base para a viabilização da política macroeconômica, não defendida nas campanhas eleitorais, mas também executadas nos governos do PT e aliados. Uma das metas principais tem sido garantir inflação baixa e estável.
Crédito
O crédito no Brasil cresceu mais de sete vezes nos últimos dez anos. Passou de R$ 380 bilhões para R$ 2,8 trilhões. “No ano de 2014, o crescimento maior foi para investimento por exemplo, para a aquisição de máquinas e equipamentos”, disse Mantega. Para bens de consumo foi registrada uma pequena queda, devido à política de restrição de crédito do Banco Central para combater a inflação.
“Então, para aquisição de linha branca, eletroeletrônicos de modo geral, é um pouquinho menor, depende do crédito que as lojas estão dando. Mas, nos últimos dois meses ele voltou a subir gradualmente com uma liberação do compulsório e nos próximos meses nós teremos mais crédito à disposição da população, principalmente crédito consignado e crédito para consumo de modo geral”, disse Mantega.
BRICS
O Brasil faz parte de uma organização, formada por cinco economias emergentes, em conjunto com China, Índia, Rússia e África do Sul, os chamados BRICS. “Nós temos tomado iniciativas comuns por que nós temos interesses comuns”, disse Mantega. Em julho deste ano, foi anunciada a criação do banco do BRICS, o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD).
O banco terá capital inicial de US$ 50 bilhões e capital total de US$ 100 bilhões. Sua administração será rotativa. Na primeira fase, será presidida pela Índia, sediada em Xangai (China) e seu primeiro escritório regional será alocado na África do Sul. Além disso, a direção do conselho de governança da Instituição será realizada pela Rússia e a direção do conselho de administração estará sob a responsabilidade do Brasil.
“O Brasil vai ter, junto com os outros parceiros, um banco próprio. Nós vamos estar na direção do banco, que vai ser conjunta. Cada um desses países vai ter um vice-presidente e a cada período de quatro anos, um dos países preside o banco”, explicou o ministro. “Isso significa que nós, os cinco países, teremos o controle do banco. Esse banco será administrado de acordo com os interesses da população desses países. Essa é a vantagem de ter um banco de desenvolvimento regional”, disse Mantega.
O banco vai contribuir com recursos para garantir investimentos em infraestrutura nos cinco países integrantes. “O investimento é caro e precisamos de fontes de financiamento adicionais, além das que existem hoje, como Banco Mundial e BID, que não são suficientes”, explicou o ministro.
Segundo ele, já estão sendo tomadas as providências para que o Banco comece a funcionar o mais rápido possível. “Não é fácil, vai demorar ainda um ano, um ano e pouco. Mas, quando começar a funcionar, o Brasil e esses outros países terão mais financiamento para investimento sem depender do Fundo Monetário nem de outro organismo internacional”.
Da Redação da Agência PT de Notícias