O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugura, nesta sexta-feira (16),em Rio Verde (GO), a Ferrovia Norte-Sul, que vai ampliar significativamente a capacidade de logística e escoamento da produção nacional. Como uma espinha dorsal do sistema ferroviário, com 2,2 mil km de extensão, ela interliga as principais malhas ferroviárias do país, de ponta a ponta.
“Amanhã estarei em Rio Verde, Goiás, para finalmente inaugurar a Ferrovia Norte-Sul. No meu governo e no governo da Dilma, fizemos 90% da Ferrovia Norte-Sul. Se dependesse dos nossos governos, ela já teria sido inaugurada há muito tempo”, anunciou Lula, pelo Twitter. “A Ferrovia Norte-Sul será muito importante para o transporte de produtos em Goiás. E vamos seguir inaugurando ferrovias e pensando em uma estrutura de transporte intermodal no Brasil”, acrescentou.
O presidente destacou que a conclusão dessa obra é um dos resultados da reunião que ele teve com os governadores logo no início do governo. “Quando tomei posse, convidei os 27 governadores para falarem sobre as principais obras para o seu estado, e o governador [de Goiás] Ronaldo Caiado foi. A partir do dia 2 de julho, vamos anunciar muitas obras do novo PAC. Vamos retomar o desenvolvimento e o Brasil vai voltar a sorrir”, disse.
Lula também falou sobre a inauguração da Ferrovia Norte-Sul durante entrevista, nesta quinta-feira (15), a rádios Goiás – Rádio Sucesso, Rádio Interativa, Rádio Morada do Sol e Rádio Líder FM. Entre outros pontos, ele disse que pretende homenagear o ex-presidente José Sarney, que deu a largada na construção da ferrovia, há 36 anos. “Eu pretendo levar o presidente Sarney. Foi ele que, em 1987, começou essa ferrovia, lá no Maranhão”, afirmou Lula. “Eu estarei muito feliz amanhã para inaugurar”.
O presidente destacou ainda que “Goiás é um estado muito importante para o trânsito dos produtos desse país, sobretudo para a agricultura. E a inauguração dessa ferrovia é uma coisa extremamente importante, é muito importante”.
Agronegócio
Durante a entrevista, Lula foi perguntado sobre problemas na relação entre o seu governo e representantes do agronegócio. Ele respondeu que o motivo só pode ser “ideológico”, e destacou o forte apoio que o setor recebeu durante os governos do PT.
“Se você conhecer alguém do agronegócio, alguém que é muito reacionário, alguém que é contra o Lula, alguém que é contra o PT, pergunte para ele se houve algum momento na história dele que o agronegócio recebeu tantos recursos como nos governos do PT”, afirmou o presidente. “Pergunte quanto eles pagavam por essas máquinas colheitadeiras, todas automatizadas, nos governos do PT. Eles pagavam 2% de juros ao ano, hoje eles pagam 14% ou 18% de juros ano ano”, sublinhou.
“Eu tenho noção do que nós fizemos. Eu tenho noção de que o problema deles conosco é ideológico, não é problema de dinheiro a mais no Plano Safra. Vamos fazer um bom Plano Safra, para que a agricultura brasileira continue produzindo, continue plantando cada vez mais, para a gente continuar exportando cada vez mais”, prosseguiu o presidente.
“Eu não quero saber se o produtor rural gosta de mim ou não. Não é isso que está em jogo; o que está em jogo é a gente recuperar a capacidade produtiva desse país, e aumentar a capacidade produtiva desse país sem desmatamento, e sem queimada na Amazônia”, afirmou Lula.
“É preciso ficar claro isso, que nós não precisamos derrubar uma árvore para criar um cabeça de gado ou plantar um hectare de soja. Nós temos mais de 39 milhões de hectares de terras degradadas que podem ser recuperadas e que a gente pode dobrar a nossa produção agrícola”.
Da Redação