O presidente Lula participou, nesta quinta-feira (11), do lançamento da pedra fundamental do campus Sol Nascente do Instituto Federal de Brasília (IFB), que terá capacidade para atender cerca de 1.400 estudantes e integra o plano de expansão dos institutos federais via Novo PAC. Está previsto um investimento de R$ 2,5 bilhões para a construção de 100 novos campi pelo Brasil, com meta de gerar 140 mil novas vagas de educação profissional.
“Nós fomos eleitos com o objetivo de melhorar a vida do povo brasileiro”, disse Lula durante o evento, realizado na região administrativa do Sol Nascente, no terreno cedido pelo Governo do Distrito Federal para a construção do campus.
O Sol Nascente é uma das maiores comunidades urbanas do país. De acordo com o Censo 2022, a região tem mais de 87 mil moradores e mais de 32 mil casas – crescimento de 31% na comparação com 2010. Ela fica a 35 quilômetros do centro de Brasília e superou a Rocinha, no Rio de Janeiro, em número de residências e habitantes.
Lula participou do evento ao lado do ministro da Educação, Camilo Santana, da vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, de outras autoridades locais, de servidores da educação, estudantes e representantes de movimentos populares e da comunidade.
Durante a cerimônia, Lula falou da importância da educação para o desenvolvimento do país e o futuro dos jovens.
“Eu tenho uma obsessão pela educação porque eu não conheço nenhum país do mundo que tenha evoluído sem que antes tenha investido na educação. E tenho também obsessão pela educação porque é a formação profissional que faz as pessoas viverem melhor”, disse. “E as escolas técnicas, elas têm uma função primordial para o jovem poder se auto aperfeiçoar, ganhar conhecimento, arrumar um baita de um bom emprego e viver dignamente”, acrescentou.
Lula disse ainda que “quando a gente tem uma profissão, a gente tem possibilidade de ter um bom emprego, de ganhar um salário melhor, de poder construir família, de ter uma família vivendo em paz, de ter uma casinha própria, de poder construir um ninho com a família e viver dignamente como cidadãos e cidadãs civilizados, vivendo aquilo a que todo mundo tem direito”.
Ao destacar a prioridade do governo em levar os institutos federais para as periferias do país, Lula afirmou que os moradores dessas comunidades têm o direito de viver como “homens e mulheres de primeira categoria, com respeito e dignidade”.
O presidente também lembrou que o Distrito Federal só passou a contar com um Instituto Federal depois que ele foi eleito pela primeira vez, em 2002. Além disso, reafirmou a meta de chegar a 1.000 campi construídos em todo o país até 2026.
Formação profissional
Os novos campi de institutos federais vão atender regiões que ainda não possuem unidades ou que registram número baixo de matrículas em cursos técnicos de nível médio em relação à população da região. No Distrito Federal serão duas novas unidades: além de Sol Nascente, haverá uma em Sobradinho.
Cada nova escola tem custo estimado de R$ 25 milhões, com R$ 15 milhões em infraestrutura e R$ 10 milhões para equipamentos e mobiliário. Quando estiverem concluídas, a expectativa é de que gerem, cada uma, 1.400 vagas, majoritariamente de cursos técnicos integrados ao ensino médio.
Investimento
O plano de expansão dos institutos federais marca a retomada de investimentos do governo federal nessa área, quase 10 anos após a última expansão estruturada da Rede Federal.
Também celebra uma das políticas educacionais mais bem sucedidas no âmbito da educação, levando cursos técnicos e superiores gratuitos e de qualidade às localidades mais distantes dos grandes centros, tornando-se uma das redes mais capilarizadas na oferta de cursos técnicos, superiores e de pós-graduação.
Além da expansão, o Novo PAC contempla R$ 1,4 bilhão para a consolidação de unidades dos Institutos Federais já existentes, com a construção de refeitórios estudantis, ginásios, bibliotecas, salas de aula e aquisição de equipamentos.
Conquistas
Durante o evento, o ministro Camilo Santana ressaltou que aquele era um “momento de conquistas para o Sol Nascente”.
“Aqui nós vamos ter um Instituto Federal que vai dar oportunidade para 1.400 jovens aqui do Sol Nascente, que vão ter oportunidade de fazer o ensino técnico integrado com o ensino médio. Que vão ter oportunidade de fazer licenciatura. O Instituto Federal vai dar oportunidade de enxergar o potencial de cada um de vocês aqui do Sol Nascente”, afirmou.
Santana também destacou a prioridade dada à educação pelo presidente Lula, citando como exemplo que o orçamento do ministério em 2024 é 30% superior ao de 2022.
Entre os avanços verificados no setor a partir da posse de Lula, o ministro destacou, além da expansão dos institutos federais, o reforço na alfabetização de crianças, o reajuste da alimentação escolar, o aumento das escolas em tempo integral e o Pé-de-Meia, que garante uma poupança a jovens de baixa renda do ensino médio para evitar a evasão escolar.
Histórico
Em 29 de dezembro de 2008, em seu segundo mandato, Lula sancionou a Lei nº 11.892, criando 38 institutos federais. Até 2002, o Brasil tinha 140 escolas técnicas.
Foi a partir dos governos Lula e Dilma Rousseff que houve a maior expansão da história da Rede Federal, que é formada pelos institutos federais, pelos centros federais de educação tecnológica (Cefets), pelas escolas técnicas vinculadas às universidades federais, pelo Colégio Pedro II e pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).
Foram criados 422 campi entre os anos de 2005 e 2016, sendo 214 entre 2005 e 2010, além de 208 entre 2011 e 2016. Nesse período, também foram entregues ou incorporadas à Rede outras 92 unidades.
Atualmente, são 682 unidades e mais de 1,5 milhão de matrículas. Com os novos 100 campi, a Rede Federal passará a contar com 782 unidades, sendo 702 campi de IFs.
Da Redação