Jean Wyllys um dos deputados federais mais combativos dos últimos anos, inúmeras vezes premiado por sua atuação em defesa dos direitos humanos e da população LGBT, abrirá mão de seu terceiro mandato na Câmara pois não se sente seguro no Brasil.
Suas motivações são absolutamente legítimas: a escalada do ódio e da intolerância na política, que fez dele um alvo preferencial, justamente por suas convicções ideológicas e seus posicionamentos altivos e aguerridos. Ameaças de morte, insultos e agressões físicas passaram a fazer parte do cotidiano de Jean Wyllys.
Para preservar sua vida, ele se viu forçado a despedir-se do Brasil e de sua vida pública, um gesto que evidencia que nossa democracia não é mais tão plena assim.
A execução de Marielle Franco, o aumento dos crimes de ódio, o assassinato de Moa do Katendê, a perseguição e prisão injustas de Luiz Inácio Lula da Silva, o autoexílio de Jean Wyllys: nuvens sombrias pairam sobre nosso país.
Transmitimos nossa solidariedade a Jean Wyllys, que, há poucos dias, recebeu uma carta de Lula, declarando sua admiração pelo trabalho desenvolvido pelo deputado.
Mais do que nunca, é necessário estarmos vigilantes e atentos, e fortalecer entre nós, defensoras e defensores dos direitos humanos, uma rede de solidariedade e resistência democrática. Ninguém solta a mão de ninguém.