O integrante da milícia privada da União Democrática Ruralista (UDR), Augusto Barbosa da Costa, acusado de assassinar o sem-terra Sebastião Camargo, vai a júri popular nesta terça-feira (24), em Curitiba (PR).
Costa foi submetido a julgamento em fevereiro de 2013, ocasião em que a maioria dos jurados reconheceu a participação do réu de forma efetiva e consciente no crime, portando arma de fogo e aderindo à mesma conduta dos demais presentes no despejo. Mesmo assim, os jurados votaram pela absolvição do acusado. Diante de tal contradição o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná anulou o julgamento e determinou a realização de novo júri popular.
O sem-terra Sebastião Camargo Filho foi assassinado no dia 7 de fevereiro de 1998, aos 65 anos, quando uma milícia privada ligada a ruralistas despejou ilegalmente famílias que estavam acampadas na Fazenda Boa Sorte, na cidade Marilena, noroeste do Paraná.
O presidente da UDR à época do assassinato, Marcos Prochet, foi condenado a 15 anos e nove meses de prisão pelo assassinato de Sebastião Camargo, mas aguarda o julgamento de seu recurso em liberdade
Em novembro de 2012 outras duas pessoas também foram condenadas por participação no assassinato de Sebastião Camargo: Teissin Tina, ex-proprietário da fazenda Boa Sorte, onde o agricultor foi morto, recebeu condenação de seis anos de prisão por homicídio simples; e Osnir Sanches foi condenado a 13 anos de prisão por homicídio qualificado e constituição de empresa de segurança privada, utilizada para recrutar jagunços e executar despejos ilegais.
Tarcísio Barbosa de Souza, integrante da UDR, foi denunciado pelo Ministério Público do Estado do Paraná, em 2012, pelo assassinato de Sebastião Camargo, e aguarda julgamento
O Estado Brasileiro também sofreu sanções internacionais na Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização do Estados Americanos, por não ter dado garantias mínimas à vida de Sebastião Camargo filho.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do Terra de Direitos