Enquanto os brasileiros aguardam o desenrolar das investigações sobre a intentona bolsonarista contra o Estado Democrático de Direito, uma pesqusia realizada pelo Observatório da Democracia da Advocacia-Geral da União (AGU) e pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), com o suporte da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), revelou que 59% da população afirmam ter certeza de que o país sofreu uma recente tentativa de golpe de Estado. O estudo mostra também que, para 70% dos entrevistados, a democracia está sob ameaça.
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Segundo a pesquisa, o regime democrático é o preferido de 70% dos brasileiros. Além disso, 81% dos entrevistados concordam que, apesar das vicissitudes, ele continua a ser a melhor forma de organização da sociedade.
Outro dado relevante é que 77% creem que, na democracia, é possível encontrar soluções para as questões nacionais. No entendimento de 58% dos ouvidos pela sondagem, somente o atual sistema político seria capaz de erradicar a corrupção.
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Intitulada ‘A democracia que temos e a democracia que queremos’, a pesquisa foi realizada neste mês. O Ipespe conversou com três mil pessoas de todo o Brasil. Sobre o significado da democracia, elas responderam assim: “liberdade” (40%); “igualdade” (22%); “direitos” (19%); “participação” (10%); “voto” (4%).
O advogado-geral da União, Jorge Messias, defendeu as estatísticas como ferramenta para se promover o debate qualificado acerca das aspirações da população. “A partir dessas pistas, nós teremos condições de discutir com as demais instituições da sociedade brasileira, da sociedade civil, setores econômicos, instituições republicanas, como os poderes Judiciário e Legislativo”, definiu.
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Enfrentamento da extrema direita
Em relação às fake news, 69% dos brasileiros dizem que elas atrapalham, confundem e prejudicam muito durante as eleições. Na opinião de 70% dos entrevistados, tanto o Whatsapp quanto as demais redes sociais deveriam ser reguladas por leis que restrinjam a circulação de mentiras.
O adjunto de Messias, procurador federal Paulo Ceo, mencionou “uma necessidade de reformas e maior transparência, maior engajamento dos cidadãos e medidas eficazes para combater a disseminação de desinformação”.
“Embora exista um forte apoio ao sistema democrático, uma considerável insatisfação com seu estado atual e um risco percebido de ameaças à sua estabilidade são aparentes”, pondera o procurador.
Professor do Ipespe e coordenador da pesquisa, Antonio Lavareda lembrou que a democracia é “um processo de construção permanente”. “Levantamentos como esse ajudam a dimensionar as conquistas, bem como as expectativas não realizadas e não atingidas ainda pela sociedade”, explicou.
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Da Redação, com IPESPE