Partido dos Trabalhadores

Itália: PT reúne lideranças de centro-esquerda e lança comitê de luta

Evento organizado pelos núcleos de Roma e Bolonha serviu também para dialogar sobre necessidades sociais da comunidade brasileira e debater a Amazônia

Comitê Popular de Luta Lula Livre Itália

PT na Itália apresentou o Comitê Popular de Luta e debateu temas políticos atuais com importantes lideranças de partidos amigos

O Partido dos Trabalhadores organizou uma reunião em Roma para apresentar o Comitê Popular de Luta e dialogar com os partidos e personalidades do campo de centro-esquerda na Itália sobre a situação política no Brasil. O encontro foi conduzido por Gislaine Marins, coordenadora do Núcleo de Roma e Gabriela Lima, coordenadora do pré-Núcleo de Bolonha.

Participaram Giovanni Russo Spena, ex-senador do Partido da Refundação Comunista; Alfredo D’Attorre, ex-deputado do Artigo Um; o senador Fabio Porta, do Partido Democrático; Alessio Aragno, do Poder ao Povo e Alfonso Pecoraro Scanio, ex-ministro de Agricultura e do Meio Ambiente, além de presidente da Fundação Univerde. De Bolonha, Emily Clancy, vice-prefeita da capital da Região Emilia-Romagna, eleita com a Coalizão Cívica Corajosa Ecologista e Solidária, enviou uma mensagem em vídeo de incentivo e apoio aos promotores da iniciativa.

Durante o encontro, a coordenação do Núcleo do Partido dos Trabalhadores na Itália informou como está estruturado o movimento “Vamos juntos pelo Brasil”, uma frente política ampla e democrática para derrotar a ameaça de reeleição do governo Bolsonaro e a necropolítica que ele representa.

Durante o encontro foram discutidos três aspectos para iniciar um diálogo que possa levar a resultados concretos e específicos para a comunidade brasileira na Itália: a necessidade de atualizar acordos bilaterais que possam permitir o reconhecimento recíproco da formação universitária de maneira simplificada, melhorar e simplificar a legislação sobre aposentadoria e o reconhecimento das contribuições previdenciárias acumuladas na Itália e no Brasil, e ampliar a discussão sobre a Amazônia, levando em conta que é um ecossistema complexo, do ponto de vista humano, ambiental e produtivo, e representa um ponto chave para a transição ecológica do planeta na qual a Itália também aposta.

Encontro serviu para apresentar o Comitê Popular de Luta e seus objetivos principais, entre outros temas debatidos com as lideranças políticas italianas

A coordenadora do Núcleo do PT Roma, Gislaine Marins, expressou a sua preocupação, afirmando que “em relação à Amazônia não se pode mais instrumentalizar a legislação existente, nem se pode permitir que os produtos que circulam na Itália e na Europa sejam manchados com o sangue dos povos indígenas. Não são mais aceitáveis truques de qualquer natureza que permitam ter produtos de baixo custo em violação de direitos universais”.

Durante a reunião, houve um consenso muito amplo sobre a questão ambiental e a necessidade de se chegar a regras mais rígidas, capazes de conter uma destruição da Amazônia, que não diz respeito apenas ao Brasil, mas ao planeta. Não só de apoio e solidariedade falou a Refundação Comunista, sublinhando que entre os dois partidos existe a partilha de um caminho político.

O Artigo Um também destacou o diálogo existente e intenso com o Partido dos Trabalhadores, destacando a importância de iniciativas capazes de envolver concretamente as pessoas no processo político. Posição reafirmada pelo Poder ao Povo, que faz votos de que o Brasil possa recomeçar não a partir de 2016, quando a presidente Dilma Rousseff foi vítima do impeachment, mas da esperança que caracterizou as eleições de 2002. Nas palavras do Partido Democrático evidenciou-se um sentimento de confiança em um processo pleno de energia, apesar de todas as dificuldades enfrentadas no passado.

Por fim, Alfonso Pecoraro Scanio falou do meio ambiente e da necessidade de observar atentamente o caso brasileiro do ponto de vista internacional. Segundo o ex-ministro, a Amazônia e todas as florestas tropicais dizem respeito ao equilíbrio do planeta, equilíbrio agora perdido também devido aos países que sacrificaram o seu meio ambiente em nome do progresso econômico insustentável. Pecoraro Scanio relembrou os encontros com Lula em Porto Alegre e Nova Iorque e as iniciativas sobre o meio ambiente na Itália com Gilberto Gil e Marina Silva. Ele espera a retomada no Brasil de ações para proteger o meio ambiente e os direitos dos mais vulneráveis.

Ao final, os participantes saudaram o esforço político em curso, que constituiu uma ampla frente para enfrentar importantes desafios a serem superados em um momento de profunda crise social no Brasil. O Partido dos Trabalhadores agradeceu o apoio e lembrou que a política se faz com diálogo entre os partidos, mas também atendendo concretamente às demandas da população. “Essa é a função dos comitês populares, que devem continuar sendo estruturas presentes nos territórios e serem o primeiro elo com todos os cidadãos para aproximar a vida dos indivíduos às questões políticas”.

Da Redação, com SRI-PT