Partido dos Trabalhadores

#JairOdeiaPobre: Boa intenção de Bolsonaro não convence ninguém

Após passar anos criticando programas sociais e fazer um governo cruel aos mais vulneráveis, Bolsonaro tenta posar de humano. Mas brasileiros não se enganam

Reprodução/Site do PT

Bolsonaro em mais uma demonstração de ódio aos mais pobres, aos nordestinos e às mulheres

Em mais um ato de cinismo e desespero, Jair Bolsonaro foi, na quinta-feira (14), ao Congresso Nacional fingir que é um ser humano. Compareceu à promulgação de sua PEC eleitoreira, aquela em que, com pelo menos dois anos de atraso, amplia o Auxílio Brasil e o vale-gás e socorre caminhoneiros e taxistas.

Não colou. Além de saber que essas “bondades” só duram até logo após as eleições, a população também conhece bem Bolsonaro e sabe que ele nunca se preocupou com o social. Não é a à toa que, enquanto o ex-capitão posava de benfeitor no Congresso, a hashtag mais usada no Twitter era #JairOdeiaPobre.

E não faltam provas da verdade expressa nessa hashtag. No seu governo, Bolsonaro congelou o salário mínimo, cortou verbas da merenda escolar, aumentou o lucro dos bancos e reduziu a renda dos trabalhadores, deixou o preço da gasolina e dos alimentos disparar, fez o endividamento das famílias bater recorde e, em plena pandemia, acabou de uma só vez com o auxílio emergencial e o Bolsa Família, abandonando mais de 25 milhões de famílias à própria sorte.

Além disso, ao longo de toda a sua trajetória política, sempre tratou com desprezo os brasileiros mais vulneráveis, demonstrando especial desrespeito aos nordestinos. Também sempre foi crítico dos programas sociais de combate à fome, colecionando ataques a iniciativas desse tipo (veja vídeo abaixo).

Em 2000, após ter votado contra o projeto que destinava recursos para o combate à miséria, disse que programas sociais estimulam “que a classe pobre tenha cada vez mais filhos”. Em 2011, bradou que “o voto do idiota é comprado com Bolsa Família” e em 2014 acusou jovens nordestinas de engravidar para ganhar eletrodomésticos: “Tem meninas grávidas no Nordeste que batem na barriga grávida e diz ‘isso aqui vai ser uma geladeira, esse aqui vai ser uma máquina de lavar’ e não querem trabalhar”.

Em 2018, quando era candidato, disse que o seguro desemprego e o Bolsa Família eram uma forma de comprar voto: “Isso aí tudo é voto de cabresto. Se eu der R$ 20 para você votar em mim nas eleições, eu posso perder meu registro”. E já no governo citou um estudo inexistente para dizer que o Bolsa Família prejudicava o desenvolvimento intelectual de crianças.
Agora, a menos de 80 dias das eleições, Bolsonaro tenta fazer com que os brasileiros se esqueçam de quem ele é de verdade. Mas, como tem dito a população na rua, Jair não engana mais ninguém.

Resultados do Bolsa Família

Não seria necessário, mas nunca é demais lembrar que política social não é nada do que diz Bolsonaro. É mentira, por exemplo, que o Bolsa Família tenha deixado as pessoas acomodadas ou as feito ter mais filhos.

Na verdade, ao receberem acompanhamento médico, as beneficiárias tiveram mais acesso a estratégias de controle de natalidade. Em 2015, o IBGE constatou, inclusive, que a queda de natalidade era maior entre as famílias beneficiadas. Além disso, mais de 1,5 milhão de beneficiários abriram mão do benefício após melhorarem de vida.

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O Bolsa Família se tornou o programa social mais copiado do mundo porque ia muito além da mera distribuição de dinheiro, como faz agora Bolsonaro, e trouxe resultados fantásticos.

Alguns exemplos: reduziu em 16% a mortalidade de crianças de 1 a 4 anos, entre 2006 a 2015; reduziu a pobreza em 15% e a extrema pobreza em 25%; retirou 3,4 milhões de pessoas da pobreza extrema e outros 3,2 milhões da pobreza.

Ou seja, as políticas sociais dos governos Lula e Dilma, que iam muito além do Bolsa Família, nunca foram esmola, mas sim garantia de direitos, especialmente para as crianças. Mas um ser egoísta e desumano como Bolsonaro jamais compreenderá isso.

Da Redação