O agente federal Newton Ishii, conhecido como “Japonês da Federal” e famoso por deter personalidades investigadas pela Operação Lava Jato, foi preso na terça-feira (7) em Curitiba. Ele está detido na Superintendência da Polícia Federal na capital paranaense. O mandado foi expedido pela Vara de Execução Penal Justiça Federal de Foz do Iguaçu.
Funcionário da corporação desde 1976, Ishii foi expulso da PF em 2003, acusado de corrupção e de integrar uma quadrilha de contrabandistas. Ele foi condenado pelo crime de facilitação do contrabando. Não cabe recurso da decisão.
Ishii, elevado a condição de estrela pela mídia e opositores do governo, apareceu em gravações da Lava Jato como o “japonês bonzinho” que vende informações sigilosas da operação para a imprensa.
Desde 2003, o agente foi reintegrado, com “confiança da direção da PF”, mas seguiu respondendo processos criminais, civis e uma sindicância.
Nome citado na Lava Jato
O áudio que levou para a prisão o senador Delcídio do Amaral e o banqueiro André Esteves pode ajudar a elucidar parte dos vazamentos acerca da Operação Lava Jato. Em um trecho da conversa, Edson Ribeiro, advogado de Nestor Cerveró, e Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras, afirmam que um agente da Polícia Federal vende informações sigilosas.
O diálogo ocorre após Delcídio relatar aos interlocutores ter visto, com André Esteves, uma cópia da minuta da delação premiada negociada por Cerveró com os procuradores. O senador petista discute o teor do material, lamenta o vazamento e diz não saber quem vazou. Ele, então, ouve de Edson Ribeiro: “É o japonês. Se for alguém é o japonês”. Diogo Ribeiro, chefe de gabinete de Delcídio, que também estava na conversa, complementa. “É o japonês bonzinho”.
Delcídio pergunta quem seria o “japonês bonzinho” e o advogado de Cerveró diz: “É. Ele vende as informações para as revistas”. Na sequência, o senador petista diz que a figura em questão é “o cara da carceragem, ele que controla a carceragem”, informação confirmada pelo filho de Cerveró.
Mais tarde, o grupo volta a falar dos vazamentos. Edson Ribeiro levanta suspeitas sobre Sergio Riera, advogado de Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB no esquema da Lava Jato, Alberto Yousseff, doleiro que assinou acordo de delação premiada e sobre o “japonês”, nas palavras de Bernardo Cerveró. A degravação feita pela PF traz o nome “Milton”, mas no áudio é possível ouvir que Edson Ribeiro fala em “Nilton”.
Em julho, o blog Expresso, da revista Época, destacou a presença do agente da Polícia Federal Newton Ishii em diversas das prisões de detidos da Lava Jato na superintendência da PF em Curitiba.
Repercussão
As redes sociais reagiram prontamente e o termo “Japonês da Federal” já está em primeiro nos assuntos mais comentados do Twitter.
“Japonês da Federal é preso em Curitiba” pic.twitter.com/Fts1uRODGF
— Veríssima (@verineas) 8 de junho de 2016
“Japonês da Federal” já não é uma pessoa, é uma instituição brasileira. vamo fazer um reality p selecionar o Brazils Next Japonês da Federal — Danilo Sanches (@danilo_sanches) 8 de junho de 2016
Imaginei japonês da federal cantando “ai meu deus me dei mal bateu na minha porta o japon….. não, pera”
— hianna firulinha (@hianna) 8 de junho de 2016
Você que tem a máscara do Japonês da Federal, agora terá que arrumar uma algema pra completar a fantasia pic.twitter.com/j7Hlqb1mIg — Marcelo Bloc (@marcelobloc) 8 de junho de 2016
herói nos #carnacoxinha japonês da federal receberá hoje apoio do @MBLivre e #VemPraRua ? pic.twitter.com/akzd0Bki92
— #OcupaTudo (@desbocadaDeBar) 8 de junho de 2016
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do G1 PR