O fim da escala semanal “6 x 1” (seis dias de trabalho por um de descanso) tornou-se tema de debates nas redes sociais e está em pauta no Congresso Nacional. “É um movimento que ressurge, sempre em boa hora”, diz o secretário de Comunicação do PT, deputado federal Jilmar Tatto, que destaca: “A redução da jornada de trabalho, sem redução nos salários é bandeira de luta da Central Única dos Trabalhadores (CUT), do movimento sindical em geral e do PT”.
Para Jilmar, além das pautas de negociações salariais dos sindicatos, há anos com essa reivindicação, e do Projeto de 2019, de autoria do também deputado federal petista, Reginaldo Lopes (MG), é salutar, importante e necessária a mobilização popular em torno do tema, como ocorre agora a partir do movimento Vida Além do Trabalho (VAT).
“Estudos mostram que a redução da jornada de trabalho não afeta a produtividade e traz ganhos para a qualidade de vida”, afirma Jilmar Tatto, que conclui: “As pessoas terão mais tempo para questões particulares, como consultas e estudos, além de tempo para se divertir”.
Autor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC-221/19), o deputado Reginaldo Lopes lembra que seu projeto propõe a redução da jornada de trabalho de 44 para 36 horas semanais no modelo de 4×3 ou 5×2. O parlamentar afirma que “além de fomentar mais empregos, a mudança reúne condições para impulsionar a produtividade e promover uma vida equilibrada para todos os trabalhadores e trabalhadoras”.
Movimento Vida Além do Trabalho
O movimento Vida Além do Trabalho (VAT) nasceu a partir de manifestação do influenciador digital Rick Azevedo. Funcionário que trabalhava na escala 6 x 1, ele fez o desabafo de protesto contra essa jornada. Viralizou, com repercussão “inimaginável”, segundo ele, e tornou-se tema da PEC de autoria da deputada federal Erica Hilton (Psol).
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Além da PEC, uma petição pública na internet já reúne mais de 1,4 milhão de assinaturas a favor da proposta. O Projeto, que necessita de 171 assinaturas de deputados e deputadas para tramitar no Congresso, já passou da centena de adesões. Parlamentares da base bolsonarista têm se negado a assinar, como o histriônico Nikolas Ferreira, que foi duramente cobrado e criticado em suas redes sociais por isso.
A deputada Erika Hilton, em defesa de sua proposta, afirma que “a escala 6 x 1 é uma prisão, é incompatível com a dignidade do trabalhador”. O texto fundamenta que a redução da jornada tem potencial para melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores, gerar ganhos de produtividade e criar milhões de novos empregos.
Assunto entre os mais comentados nas redes sociais neste final de semana, como parte do movimento para pressionar deputados e deputadas a assinarem a PEC na Câmara Federal, o fim da escala 6 x 1 adquire contornos de mobilização nacional pela redução da jornada de trabalho, sem redução nos salários, luta histórica do movimento sindical.
Da Redação