O líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), criticou nesta quarta-feira (30) as recorrentes tentativas de criminalizar a atuação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em defesa de empresas brasileiras no mercado exterior.
Diante de reportagem do jornal “O Globo”, publicada na terça-feira (29), o deputado afirma que a estratégia de parte da imprensa é minar uma eventual candidatura do petista em 2018. “É lamentável o papel a que se presta o jornal, que atua como instrumento político e ideológico para tentar interditar eventual candidatura de Lula à Presidência da República”, critica.
Sibá lembrou que desde que assumiu o primeiro mandato, em 2003, Lula colocou-se como “caixeiro-viajante” do Brasil para aumentar a presença de empresas do País no mercado externo. “Essa postura, adotada por outros governantes, tanto do Brasil como de outros países, é o que se espera de um chefe de Estado”, afirmou Sibá.
O resultado foi palpável: a diplomacia presidencial contribuiu para aumentar as exportações brasileiras de produtos e serviços, que passaram de US$ 50 bilhões para quase US$ 200 bilhões, e isso resultou na criação de milhões de novos empregos no Brasil, acrescentou Sibá. Em seus dois mandados, o ex-presidente chefiou 84 delegações de empresários brasileiros em viagens por todos os continentes.
Outro ponto observado pelo deputado é o fato de líderes de outros países, como Estados Unidos, Alemanha, França e Inglaterra, atuarem de forma semelhante ao Lula. “Portanto, o que Lula fez, bem como seus antecessores, não foi ilegítimo nem ilegal. Pelo contrário, estava em sintonia com os interesses nacionais”, defendeu.
“Tenho vergonha desse jornalismo praticado no Brasil, que afronta a liberdade de imprensa”, disse Viana, em plenário, nesta quarta-feira (30).
O senador afirmou também que a suposta denúncia tem o “mesmo vazio” de seguidas reportagens da revista “Época”, que também pertence à família Marinho, que controla “O Globo”.
Viana atribuiu a responsabilidade sobre a radicalização crescente na política brasileira à cobertura tendenciosa da imprensa. O petista pediu então “limite” ao ódio contra o ex-presidente Lula e à intolerância.
“É muita forçação de barra, para policiais federais, membros do Ministério Público, querer transformar uma ação em crime. Ele deveria ser chamado de criminoso se não tivesse feito isso”, afirmou.
FHC – O líder do PT na Câmara comparou também a diferença de tratamento dado pela imprensa à Lula e ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Ele lembrou que o tucano fez negociações em favor das Organizações Globo, ou lobby, como diria o jornal “O Globo”. Como quanto em abril de 1998, conforme matéria do jornal “Folha de S. Paulo”, FHC foi à Espanha, com intuito de explorar um novo nicho na diplomacia de negócios: unir as indústrias cinematográficas dos dois países. Coincidentemente, um mês antes, em março de 1998, foi inaugurada a Globo Filmes, novo braço das Organizações Globo na área de audiovisual.
“Foi apenas uma coincidência a ida de FHC à Espanha um mês depois da criação da Globo Filmes? Se foi ou não, não vem ao caso, pois é legitimo qualquer presidente defender a expansão de atividades de empresas do País no mercado externo. O que não é tolerável é a hipocrisia da mídia, com a tentativa de se criminalizar Lula e PT”, afirmou Sibá.
Para Sibá, seria criminoso fazer o inverso, defender o interesse de empresas estrangeiras. “Aliás, o senador José Serra (PSDB-SP) defende multinacionais do petróleo (quer mudar as regras de exploração do pré-sal para favorecê-las) e é tratado como herói por parte da mídia. Isso, sim, é errado. E mostra que setores da mídia não estão preocupados nem com a verdade e tampouco com os interesses nacionais”, concluiu o líder.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do “PT na Câmara” e “PT no Senado“