O jornal La Jornada, do México, publicou editorial, nesta sexta-feira (12), em que afirma que o afastamento definitivo da presidenta eleita Dilma Rousseff é uma “simulação dirigida a encobrir o golpe de Estado orquestrado pelos setores mais corruptos da classe política do País contra a presidenta”.
O editorial destaca que o golpe se confirma “pela ausência de qualquer sustentação jurídica para justificar a destituição”, lembrando o recente parecer do Ministério Público Federal (MPF), que pediu o arquivamento das denúncias contra Dilma relacionadas às chamadas pedaladas fiscais.
E ressalta, ainda, que “a parte acusadora está integrada por um Congresso onde dois de cada três legisladores enfrentam causas abertas por todo tipo de escândalos – em casos que, diferente das falsas acusações contra a presidenta, podem sim justificar legalmente a destituição e processamento dos seus autores”.
Para o jornal, o grupo político que surge para governar o Brasil carece de respaldo popular e social, além de ser “ilegítimo por definição, ao impulsar um projeto contrário ao que foi eleito nas urnas em 2014, com os votos de 54 milhões de brasileiros”.
A grande rejeição do golpista Michel Temer e a vaia que o interino usurpador levou na abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016 também foram destacados pelo veículo.
“A grande maioria dos brasileiros o rejeita, como mostram todas as pesquisas de forma consistente, e como ficou claro aos olhos do público mundial na inauguração dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, na semana passada, durante a qual o chefe do Executivo foi sonoramente vaiado pelo público presente”, aponta.
Além do ataque a Dilma, o editorial afirma que o “afã dos políticos golpistas” também está voltado a tentar inabilitar politicamente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, “por meio de um processo igualmente fraudulento, a fim de impedir que ele possa se apresentar nas próximas eleições presidenciais”.
O editorial finaliza destacando a resistência e a mobilização de setores populares organizados que se opõem ao golpe, além do isolamento internacional dos golpistas, como motivos para a ingovernabilidade no maior país da América Latina.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da Carta Maior