Glenn Greenwald e seu companheiro, David Miranda, defenderam, em artigo publicado no jornal “Folha de S.Paulo”, que os defensores do impeachment da presidenta Dilma Rousseff enfrentam acusações de corrupção bem mais sérias do que as dirigidas a ela.
Greenwald foi o jornalista responsável por revelar, através do ex-agente Edward Snowden, um esquema global de vigilância global operado pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA).
“O fato mais bizarro sobre a crise política no Brasil é também o mais importante: quase todas as figuras políticas de relevância que defendem o impeachment da presidenta Dilma Rousseff enfrentam acusações de corrupção bem mais sérias do que as que são dirigidas a ela”, afirma o texto.
No artigo, eles citam Michel Temer, Eduardo Cunha, Aécio Neves e Geraldo Alckmin como adversário envolvidos em escândalos de corrupção que “destruiriam a carreira de qualquer um numa democracia minimamente saudável”.
O texto ainda lembra que Dilma é um dos poucos atores políticos que não está diretamente envolvida em casos de enriquecimento pessoal, e que o argumento da corrupção está sendo utilizado apenas para tirar a Dilma Rousseff e tentar, assim, barrar o avanço da Lava-Jato.
“Em outras palavras, o impeachment de Dilma Rousseff está designado para proteger a corrupção, não para puni-la ou até acabar com ela –o retrato mais característico de uma plutocracia do que de uma democracia madura.”
Segundo os jornalistas, existe uma virada da mídia internacional na maneira de encarar a crise brasileira. Até pouco tempo, as manifestações pelo impeachment e as decisões do juiz Sérgio Moro na Operação Lava-Jato eram encaradas de forma positiva. Mas, conforme foi transparecendo as inspirações políticas de Moro e o sensacionalismo da rede Globo, os meios “estão reconhecendo que a realidade é bem menos inspiradora ou nobre”.
Por fim, o texto conclui que os princípio das democracia exigem que Dilma Rousseff termine o mandato.
Da Redação da Agência PT de Notícias