Cerca de 800 jovens de todas as regiões do estado de São Paulo se encontraram em Atibaia, no último final de semana, para participar da 3ª Conferência Estadual de Juventude de São Paulo.
Além de ser uma ferramenta para que os próprios jovens encaminhem suas demandas para o poder público, a Conferência também fomenta debates sobre diversos temas que rondam o universo da juventude de São Paulo. Como o fechamento de escolas estaduais e as chacinas de jovens negros da periferia.
Mesmo com a tentativa da política tucana do governo de Geraldo Alckmin (PSDB) de truncar o processo e quase inviabilizar a realização da atividade, a Conferência serviu de espaço para a juventude paulista se posicionar claramente contra as pautas conservadoras.
É o que denuncia o secretário estadual de Juventude do PT-SP, Erik Bouzan. Segundo ele, o governo do estado manobrou para tentar desmobilizar os movimentos sociais e partidos de esquerda.
“Desde começo, o governo do estado vem alterando data, vem fazendo o processo de edital obscuros, completamente nebulosos”, frisa. Para ele, apesar de todas as manobras e desorganização, a esquerda se manteve articulada esteve em peso na Conferência.
Erik acredita que o saldo da Conferência é bem positivo e avalia que a Juventude Petista saiu fortalecida.
“O processo foi tumultuado e desorganizado, mas a Juventude do Partido dos Trabalhadores saiu vitoriosa desse processo. Conseguimos passar pautas progressistas e dar um ânimo para nossa organização”, avalia Camila Cardoso, Gestora de Política de Juventude da cidade de Rio Claro e integrante da Comissão de Organização da Conferência Estadual (COE).
Um dos responsáveis pela viabilização da Conferência, o secretário Nacional da Juventude do Governo Federal, Gabriel Medina, também comemorou o resultado do evento.
“Diferente do senso comum que acredita que todo paulista/paulistano é portador de valores conservadores, o que vi foi o oposto. As resoluções e propostas aprovadas caminharam em outro sentido, a defesa dos direitos dos LGBTs, mulheres, negros, indígenas e jovens com deficiência foram à tônica do debate. A juventude se posicionou claramente contra as pautas conservadoras do Congresso, como a PEC 215, o estatuto da família, o fim do estatuto do desarmamento, a redução da maioridade penal e o projeto que proíbe o uso de métodos contraceptivos pelas mulheres”, disse.
Para Medina, a Conferência é um espaço fundamental de renovação do ativismo político e social e se transformou numa arena da diversidade e da luta contra as opressões. “Jovens das favelas e do campo demonstraram com muita firmeza suas convicções de luta por uma sociedade com mais igualdade e liberdade”, destacou.
Na atividade, os jovens também aprovaram moções de repudio às chacinas que assolam a juventude negra no estado, o desmonte da educação pública estadual com o fechamento de escolas e apontaram para a necessidade de políticas efetivas para os adolescentes e jovens em medidas socioeducativas de encarcerados.
Por Cláudio Motta Jr, do Linha Direta