A ruptura institucional que se deu no Brasil com a deposição ilegítima da presidenta Dilma Rousseff é parte de um movimento antidemocrático protagonizado pelas classes sociais privilegiadas, que não se conformavam e não se conformam com a derrota nas urnas de seu projeto de país. É por isso que segue inadmissível para os artífices do golpe uma candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva, e é por isso também que somente a presença da população nas ruas protestando contra a interrupção da democracia pode levar a uma reversão deste quadro.
Essas foram, basicamente, as conclusões a que chegaram os participantes da Plenária da Juventude contra a Reforma da Previdência, em Defesa da Democracia e de Lula, ocorrida em São Paulo no último domingo (18), e que contou com a presença de diversos dirigentes do movimento estudantil do Partido dos Trabalhadores, da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da presidenta do PT, senadora Gleisi Hoffmann.
A parlamentar contextualizou o momento político do Brasil e as circunstâncias que levaram ao golpe. Para ela, a elite brasileira se incomodou com os avanços contra a desigualdade alcançados pelos governos progressistas de 2003 a 2015. O maior exemplo é a contrariedade gerada pelo Bolsa Família, que incomodou as pessoas das classes sociais mais altas que nunca conseguiram enxergar que entre eles também existem aqueles que vivem de auxílios. Mas incomoda quando o que se assiste é a distribuição de renda, o fortalecimento do povo. Gleisi Hoffmann lembrou que, no voto, jamais seria possível que a elite voltasse ao poder em curto espaço de tempo, por isso um golpe foi “necessário”.
As manifestações no Carnaval também foram lembradas pela senadora, que enfatizou que a força do povo está nas ruas. “É isso que nós temos que mostrar, temos que voltar para as ruas, travar contato olho no olho com as pessoas, conscientizar a juventude e a todos quanto a esta necessidade”, resumiu a senadora, lembrando que os estudantes sempre tiveram papel importante em todos os momentos históricos e de mobilização do país.
Já a presidenta da UJS (União da Juventude Socialista), Carina Vitral, lembrou que a crise de instituições é mundial, e o golpe no Brasil tem a ver com o avanço de governos conservadores pelo planeta. Vitral ressaltou ainda que a primeira grande derrota do golpe será a interrupção da Reforma da Presidência, “Essa crise é institucional, contra a própria política, não é uma crise contra só um partido, mas contra todos nós, contra a democracia. Esse golpe quer destruir o único caminho para mudanças do nosso país, que é a política”, resumiu a líder estudantil.
A vice-presidenta da UNE e coordenadora nacional do Levante Popular da Juventude, Jessy Dayane, lembrou que, desde de o impeachment da presidenta Dilma, o projeto neoliberal e o conservadorismo têm crescido no Brasil, e o governo golpista não tem legitimidade para aprovar a reforma a que se propõe. Falando sobre as perspectivas eleitorais deste ano, ela disse que garantir a candidatura de Lula é fundamental, já que o ex-presidente é “o grande elo frágil do golpe”, já que vence as eleições seja quem for o candidato adversário.
Já João Paulo Farina, secretário nacional da Juventude do PT, destacou a vontade política dos estudantes em manter as manifestações de ruas para barrar o golpe e defender a candidatura do ex-presidente Lula. “Os jovens são os que mais serão atingidos com o golpe e suas medidas. Teremos o nosso futuro comprometido, a Reforma da Previdência não permite ao jovem sonhar, enquanto a candidatura do presidente Lula dialoga com os sonhos e a esperança, como já constatamos por meio das conquistas de direitos sociais obtidas em seus governos anteriores”, defendeu Farina.
A presidenta Gleisi Hoffmann encerrou a plenária parabenizando a juventude pelo evento e convocando o povo para as ruas: “ Nós não podemos parar, mesmo que às vezes esteja difícil, precisamos continuar falando, convencendo, continuar explicando o que está acontecendo no Brasil e na vida das pessoas.”
Da Redação da Agência PT de Notícias