O primeiro dia do 3º Congresso Estadual da Juventude de São Paulo, realizado neste fim de semana 7 e 8) na cidade de Franco da Rocha, trouxe para a centro do debate a atual conjuntura que o partido enfrenta no país. Mais de trezentos jovens vindos de diferentes cidades estão reunidos para discutir o papel e a organização da juventude no momento em que o PT enfrenta uma crise política e se prepara para as eleições do próximo ano.
“O problema é a falta de projeto para poder ganhar mentes, corações e mobilizar o povo para defender o nosso governo. Em tempo de guerra não pare de lutar e participe de tudo, todos os espaços. É preciso defender o PT para além das esferas internas e conversar com as pessoas nas ruas”, destacou Sérgio Ribeiro, prefeito de Carapicuíba, que iniciou a análise de conjuntura do dia.
Para o ex-deputado federal e um dos fundadores do PT, Djalma Bom, que também contribuiu com a análise, a reaproximação com os movimentos sociais é uma das principais alternativas. “Nossos deputados precisam estar mais próximos da base e mais envolvidos com os movimentos”, ressaltou.
A situação econômica do país, a corrupção e as alianças partidárias também foram amplamente debatidos nos grupos de trabalho, que se formaram no período da tarde antecipando o ato político que trouxe o tema “Quem fecha escola, abre prisão”, contra a proposta tucana de reorganização escolar, promovendo o fechamento de escolas, sucateamento do ensino público estadual e a provável demissão de professores.
Nova gestão da JPT SP – No domingo (8) os representantes dos municípios farão a escolha do projeto que vai nortear os rumos da JPT paulista na próxima gestão. Quatro propostas estão colocadas e serão avaliadas pelos delegados do estado.
Questionado sobre o funcionamento político da estrutura da JPT, o atual secretário Rogério Cruz, que esteve por quatro anos à frente da gestão, defendeu a ampliação da municipalização.
“É um desafio não só da juventude do PT, mas de todo partido. Precisamos dialogar mais com a juventude que está foras dos muros partidários. A maior parte da nossa militância fica dentro da nossa estrutura. Temos ainda que encontrar uma alternativa para ter menos discussão interna e mais discussão externa”, disse.
Por Júlia Martin, para o Linha Direta