Saudado pelos mais de 600 jovens reunidos na abertura oficial do 3º Congresso da Juventude do PT (3º ConJPT), nesta sexta-feira (20), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou um importante recado para a plateia em polvorosa. “Levantem a cabeça, não de arrogância, mas de quem sabe o que quer, que não vai permitir que destruam o nosso governo e o nosso partido. São vocês que vão assumir a construção desse partido e do País”, declarou.
O presidente de honra do partido cobrou também que os jovens petistas apresentem propostas para o futuro do País, em especial, para a educação e emprego.
“Temos que sair desse congresso propondo alguma coisa mais forte de interesse da juventude desse País. O congresso precisa dizer qual a proposta da juventude do PT para a educação do Brasil. O que esse congresso vai aprovar como proposta ao governo sobre emprego para a juventude”, disse.
Lula chamou atenção também para a necessidade de se discutir “o papel que está reservado para a juventude”, dentro do PT, do sindicato e da sociedade.
O petista disse ainda que estar “preocupado” com a tentativa de vários setores da comunicação e da sociedade de tentarem “induzir a sociedade a não gostar de política, de tentar induzir de que a palavra política por si só está apodrecida”.
E ressaltou que a mobilização da juventude mostra que “a ideia de que a juventude não gosta de política é apenas uma ideia de quem não gosta de política e quer desmotivar os jovens”.
Lula destacou que o PT é mais importante partido de esquerda da América Latina. “Esse é um valor extraordinário que o PT precisa aprender a valorizar. Nós conseguimos, pela primeira vez na história desse País, criar um partido de esquerda que estabeleceu uma convivência democrática da adversidade, sem pedir para ninguém abrir ao das suas convicções. Nunca um partido fez o que o PT fez”.
Ele lembrou que, historicamente, “toda vez que se apresentava uma crise, era a juventude brasileira que ia às ruas para tentar mudar a lógica da política”.
“Ainda tem muito a fazer, mas a gente tem que se perguntar o que era esse País antes de 2003. Como as mulheres eram vistas na política, quantos negros e negras freqüentavam a universidade, quantas pessoas já tinham conversado com os quilombolas, dado atenção ao que a juventude tem a falar”, questionou Lula.
“Nós fizemos mais do que já foi feito em qualquer outro momento da história desse País”, ressaltou.
O secretário Nacional de Juventude do PT, Jefferson Lima fez questão de destacar que o 3º Congresso da Juventude “mobilizou mais de 25 mil jovens na base”. “Nós temos uma nova geração de jovens no Brasil, geração que vivenciou os governos Lula e da presidenta Dilma Rousseff, que vai sair desse congresso apresentando uma plataforma política para dentro do PT e para sociedade”, afirmou.
Para ele, é essa geração que defende “o fim dos autos de resistência, que marcha ao lado das mulheres negras, que defende uma nova política de drogas, a desmilitarização das polícias, a taxação das grandes fortunas, combate à homofobia”.
Jefferson lembrou, ainda, o u 3º ConJPT faz uma homenagem ao ex-presidente do PT, José Eduardo Dutra. “Quem conheceu, sabe o que ele representou para a JPT. Por isso vamos juntos construir um grande Congresso e fortalecer o nosso Partido dos Trabalhadores”, finalizou.
A recém eleita secretária Estadual de Juventude do PT de Pará, Michele Borcem, falou do orgulho de ser a primeira mulher negra e agricultora familiar a ocupar a cadeira da juventude do seu estado.
“O PT não está acabado, como a mídia fala, e a prova disso é a juventude petista que está aqui hoje. Temos um papel importante na defesa do nosso partido e do nosso governo. Um governo de sonho que foi conquistado com as nossas lutas”, ressaltou.
“Abrimos o 3º Congresso numa data simbólica, no dia da consciência negra. E lembramos essa chaga social e racista que envergonha nosso País, que é o extermínio de jovens negros e negras”, enfatizou o presidente nacional do PT, Rui Falcão.
O presidente do PT também lembrou que o 3ºConJPT inicia com uma boa notícia: “a JPT tomou a iniciativa de recolher roupas e alimentos para doar aos atingidos pela tragédia de Mariana, um atentado ao meio ambiente e às populações de dos estados”.
Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias