Nos dias 7 e 8 de outubro acontecerá o XII Encontro Nacional de Mulheres do PT, no hotel San Marco, em Brasília. O evento é fechado e estima aproximadamente 500 mulheres para debater ações na perspectiva feminista dentro e fora do partido, além de articular a promoção e implementação de políticas públicas voltadas para a proteção e valorização das Mulheres.
O evento é realizado de quatro em quatro anos e elege a próxima mulher que ficará à frente da Secretaria durante esse período.
Desde 2008, quando foi eleita e reeleita no último Encontro, a goiana Laisy Moriére, que é filiada ao PT desde 1981 e ocupou diversos cargos dentro do partido, está exercendo o papel de Secretária.
Num período de grandes retrocessos, a Secretaria de Mulheres do PT se destacou na luta contra o golpe machista articulado por Michel Temer, justamente com o Congresso Nacional e a mídia golpista, indo às ruas em defesa da democracia e lutando pelos direitos conquistados nos últimos anos.
A mulher como protagonista na política
Em 1991, no III Encontro de Mulheres, foi discutida e aprovada a proposta de cotas dentro do partido para promover equidade entre homens e mulheres nos cargos.
Logo no 1º Congresso do PT, foi anunciada pelas petistas a necessidade da igualdade de gêneros dentro do partido, onde foi decidido que, na nova regra partidária, deveria existir no mínimo 30% de mulheres nas direções e, recentemente, no 4º Congresso Nacional do PT, foi aprovada a questão da paridade.
O PT foi o primeiro partido do Brasil a ter cota e, hoje, é o único partido no país e um dos poucos no mundo que tem paridade na sua direção. E a paridade no PT é também nos cargos de poder e decisão da executiva, isso é muito importante nesse momento que estamos vivendo, relembra a secretária.
Segundo Moriére, além da jornada de formação de mulheres, foram realizados diversos seminários, reuniões e encontros.
Entre eles, um dos considerados mais importantes, é o Encontro de Mulheres Eleitas, onde preparam mulheres para assumir os legislativos e governos municipais e incetiva o empoderamento das mulheres para uma maior presença feminina em todos os setores da sociedade.
No último Encontro de Mulheres Eleitas, a presidenta Dilma Rousseff, que representa a maior conquista dos últimos anos por ser primeira mulher a alcançar democraticamente o maior cargo de poder do país, esteve presente e mostrou que as mulheres precisam se unir cada vez mais para combater o machismo e continuar ocupando seus espaços.
Para comprovar a força feminina e reafirmar seu papel na política, a senadora Gleisi Hoffmann foi eleita como a primeira mulher presidenta do partido.
“Sempre apoiamos mulheres candidatas, articulamos com entidades feministas do Brasil e participamos de todas as manifestações e organizações contra o golpe. Agora, neste ano de 2017, elegemos Gleisi, que tem uma história de luta, é feminista e sempre atuou ao lado das mulheres na vida profissional e política, então nós temos muita coisa boa para contar”, diz Laisy.
O PT assume o protagonismo de mulheres na política, sendo o partido pioneiro a aderir políticas de igualdade de gêneros, além de eleger a primeira mulher como presidenta do Brasil e do PT nacional, o partido possui a maior bancada feminina no Congresso.
A Secretaria também coordena o Foro de São Paulo e compõe a direção, como presidentas adjuntas, as Mulheres da Coopal, que são espaços internacionais que articulam por partidos da América Latina.
“É um espaço muito importante para o PT e para as mulheres terem esse reconhecimento de que possam ser líderes dessas duas entidades que o partido faz parte”, declara a secretaria.
Para a petistas, esses números tendem a aumentar com mais abertura para a participação das mulheres. No XII Encontro é estimado que reúna aproximadamente 500 mulheres.
“É um desafio enorme fazer com que a paridade não seja só no papel, não seja um número, mas que faça parte do princípio do PT, que as pessoas não encarem a paridade como um problema, mas como uma solução. Esse é o grande desafio da nova secretária, do novo Coletivo para poder avançar mais na questão dessa política”, conclui Laisy.
Por Letícia Viola, da Agência PT de Notícias