Embora Jair Bolsonaro (PSL) ainda insista em tentar atribuir os problemas do seu governo à herança deixada pelos antecessores, está cada vez mais difícil para ele contrariar uma verdade incontestável: o Brasil era melhor e mais junto quando o PT esteve à frente do Palácio do Planalto, período em que o agora desprezado salário mínimo teve o seu momento de ouro e, de quebra, derrubou a tese de que crescimento econômico e inclusão social não poderiam nunca andarem juntos.
O fim da política de valorização do salário mínimo, anunciada pelo despreparado presidente na terça (15), induz às lembranças de como o benefício era tratado durante os mandatos de Lula e Dilma. Para se ter ideia, Lula assumiu o governo em 2003 com o salário mínimo na casa dos R$ 200. Com a implantação da fórmula de acrescentar ao benefício o crescimento do PIB de dois anos anteriores junto da inflação, o ex-presidente deixou seu o governo em 2010 com o salário mínimo em R$ 510,00 – portanto, um aumento de 155% em relação ao valor do início de seu mandato, e 53,6% de aumento real, descontando-se a inflação.
Com a entrada de Dilma Rousseff como sucessora, a política de valorização do salário mínimo foi mantida e, logo nos dois primeiros anos do seu mandato, ele saltou de R$510,00 para R$622,00, o que representou 22% no valor inicial e 8,61% de aumento real. Em 2016, poucos meses antes de ser vítima de um golpe cujas consequências ressoam até os dias de hoje, Dilma deixaria ao povo brasileiro um salário mínimo de R$ 880, um marco histórico para as políticas sociais do país e uma prova irrefutável de que os governos do PT sempre priorizaram os que mais precisam.
O golpe de 2016 trouxe retrocessos imensos também nesse setor: em 2018, o aumento do salário mínimo ficou abaixo da inflação, o que não ocorria desde 2003, primeiro ano de Lula na Presidência. Com Bolsonaro, que tem conseguido a façanha de superar o esquecível e trágico mandato usurpado por Temer, o salário mínimo como o brasileiro o conhecia deixará de existir.
Todos ganham com salário mínimo forte
O povo brasileiro, infelizmente, não vai demorar para sentir na pele o que Bolsonaro e sua equipe econômica tentam esconder: valorizar o salário mínimo e diminuir o pagamento de impostos de quem ganha menos aumenta o poder de compra dos mais pobres, que poderão voltar a consumir e a movimentar a economia nacional.
Na prática, a medida materializa uma das emblemáticas declarações de Lula, dita em 2017: ” Dizem que temos que cortar, que estamos gastando demais. Que programa social é gastar demais. Que colocar pobre na universidade é gastar demais. Quero que eles saibam que a solução é gerar emprego e colocar o pobre na economia”.
Lula sabe o que fala. De 2003 a 2010, o poder de compra do salário mínimo passou de 1,38 cesta básica para 2,06 cestas básicas e chegaria a 2,21 cestas básicas em 2014 (melhor poder de compra desde 1979). Outro dado que colocaria a equipe econômica de Bolsonaro em xeque aconteceu em 2014. Somente naquele ano, o salário mínimo de R$ 724,00 injetou nada menos do que R$ 28,4 bilhões na economia do país, beneficiando diretamente 48,1 milhões de brasileiros. Não dá para comparar.
Da Redação da Agência PT de Notícias