Mais de 40 anos dedicados ao povo brasileiro. Uma história que começa no final da década de 70, no Sindicato dos Metalúrgicos, organizando a maior greve do país. Passa pelas primeiras caravanas, ainda nos anos 80, quando andou o Brasil para conhecer as vidas que iria transformar anos mais tarde. Em 2003, a primeira caminhada na rampa do Planalto, provando que um nordestino de origem pobre não só podia ser presidente, como seria o melhor que este país já teve.
Esses são alguns dos 50 momentos da trajetória de Lula que foram registrados por grandes nomes da fotografia e fizeram parte do Leilão Lula Livre, realizado nesta quarta-feira, 03, em São Paulo. O evento, que teve 2 mil participantes e arrecadou R$ 623.900, é um resgate histórico e também uma manifestação contra injustiça que o ex-presidente tem sofrido há 363 dias.
Fotógrafa e organizadora do Leilão Lula Livre, Mônica Zarattini lembra que teve contato com o ex-presidente ainda na campanha de 1989:
Era uma campanha muito íntima, com pouco recurso, todo mundo caminhava muito junto. A gente chegava em cada cidade distante e tinha uma população mobilizada, cheia de bandeiras. Uma das minhas fotos é dessa época. A gente chegou para visitar em uma fazenda no Pantanal e uma cozinheira chamou para conhecer um pássaro. Era um corrupião. Ela disse ‘Lula, se você levantar a mão, ele volta para o seu dedo. Foi um click. E hoje acho que é uma imagem simbólica sobre Lula Livre
Mônica, que enche os olhos de lágrimas ao falar do convívio com o ex-presidente acredita que o movimento é importante não só pela defesa do líder político que Lula sempre foi, mas também pela sua humanidade. “Além do simbolismo do grande líder, Lula é de um carisma, de um coração aberto, de um abraço que não tem fim para abraçar todo mundo. É por Lula político e Lula pessoa, que é um pouco a mesma coisa”, finaliza emocionada.
E foi esse Lula humano – que hoje tem direitos constitucionais negados, quem primeiro chamou a atenção de Rosane Gutjahr. A empresária, que adquiriu pelo menos quatro fotos do Leilão lembra que conheceu o ex-presidente ainda na época do sindicato dos metalúrgicos, quando tentou comprar um café e a garçonete não tinha troco.
O ex-presidente estava no mesmo estabelecimento e disse a Rosane:
– Deixa que eu pago, companheira!
“Eu nem sabia quem era Lula, depois fui pesquisar, mas desse dia em diante, eu sou Lula”, relembra a empresária. E destaca que o Brasil precisa conhecer a história do ex-presidente porque essa também é a história do nosso país.
Esse também foi um dos pontos destacados pelo presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto ao descrever o evento. Para ele, o Leilão Lula Livre resgata a trajetória do ex-presidente que “há mais de 40 anos serve ao povo brasileiro, diferente dessa imagem que está sendo passada de que ele se serviu do povo brasileiro”. Okamotto também falou sobre a importância para libertar Lula, a maior liderança do país, um preso político em pleno século XXI.
Da Redação da Agência PT de Notícias