O Brasil subiu 10 posições em ranking global de liberdade de imprensa, segundo levantamento da entidade Repórteres Sem Fronteiras, divulgado nesta sexta-feira, 3.
O relatório destaca dois motivos para a mudança positiva no ranking mundial que elevou o Brasil para a 82ª posição entre 180 países pesquisados.
O primeiro deles é a superação do governo Bolsonaro, marcado pela afronta à democracia e à liberdade de expressão e pela defesa da ditadura militar.
Outra razão apontada para a mudança é a melhoria da relação dos jornalistas com o Executivo Federal, situação oposta a postura agressiva e desrespeitosa do governo anterior.
Hoje falso crítico da censura, Bolsonaro notabilizou-se por inúmeros casos de agressão a profissionais da imprensa, em especial a jornalistas mulheres.
Em 2021, as empresas jornalisticas do país retiraram seus profissionais do “cercadinho” em que Bolsonaro concedia “entrevistas”, devido às agressões do próprio presidente e de seus apoiadores.
Em seu mandato, Bolsonaro também lançou mão do clandestino “gabinete do ódio” para atacar, agredir e difamar adversários políticos, lideranças sociais jornalistas nas redes sociais.
Segundo a entidade, o Brasil era considerado de “situação difícil” para a imprensa porque Bolsonaro “atacou sistematicamente jornalistas e meios de comunicação durante todo o seu mandato”.
“O Brasil tem confirmado expectativas de um cenário mais favorável para o exercício do jornalismo, na comparação com o governo Jair Bolsonaro”, disse Artur Romeu, diretor do escritório da entidade para a América Latina, em matéria publicada pela Folha de S. Paulo.
O exemplo do Brasil, no entanto, não reflete a realidade mundial, sob ameaça da ultra-direita e do uso criminoso das redes sociais para espalhar mentiras nas sociedades.
De acordo com o relatório, é crescente o uso de campanhas massivas de desinformação, por parte de autoridades, para aumentar a desconfiança da sociedade na imprensa.
Da Redação, com Folha de S. Paulo