Em nota assinada pela presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), e pela Secretária de Relações Internacionais do partido, Monica Valente, o PT protesta contra a prisão da deputada do Parlasul e líder social argentina, Milagro Sala.
Milagro Sala é uma das principais líderes populares da Argentina, e hoje é presa política no governo de Macri na Argentina”.
“Nos somamos a todos aqueles que protestam contra mais essa arbitrariedade e , preocupados com sua integridade física e segurança, exigimos sua liberdade imediata, assim como o fim da criminalização dos movimentos sociais”, afirma a nota.
Leia a nota no íntegra:
Liberdade para a deputada do Parlasul e líder social argentina Milagro Sala!
Milagro Sala é uma das principais líderes populares da Argentina, forjada à luz da luta contra o neoliberalismo na década de 90 e hoje é deputada no Parlasul. Juntamente com outros líderes fundaram uma das maiores organizações sociais do país, Tupac Amaru, na província de Jujuy, para lutar pelos direitos sociais, econômicos e políticos. Hoje é presa política no governo de Macri na Argentina.
Em 2004, o presidente Nestor Kirchner assinou um decreto de habitação de emergência que permitiu aos desempregados formar e integrar cooperativas de trabalho para construir habitação nas mesmas condições que empresas privadas, grandes empresas de construção ou multinacionais. A organização Tupac Amaru, liderada por Milagro Sala, obteve a autorização para a construção de 150 casas, que foram completadas em metade do tempo estimado e a um custo entre 25 e 30% menor do que os orçamentos privados. A partir desta primeira conquista, conseguiram integrar mais de 60 mil homens e mulheres em mais de 8 mil lares nas províncias de Jujuy, Mendoza, Corrientes e Chaco. Esses bairros também foram equipados com praças, piscinas, escolas, centros de alimentação, centros esportivos, hospitais totalmente equipados, oficinas e fábricas (têxteis, tijolos, móveis, etc.) onde milhares de pessoas trabalhavam.
Em 10 de dezembro de 2015, assumiu o cargo de governador Gerardo Morales, e, com a anuencia do governo nacional de Mauricio Macri, promoveu uma estratégia ativa de assédio e perseguição criminal de líderes do Tupac Amaru e da Rede de Organizações Sociais de Jujuy para evitar o desenvolvimento do protesto social de setores populares na província.
Nesse contexto, em 16 de janeiro de 2016, Milagro Sala, por ocasião de manifestação pacífica que estava ocorrendo na cidade de San Salvador de Jujuy, foi arbitrariamente detida, onde ficou até 31 de agosto de 2017. Nessa data, após forte pressão dos organismos de Direitos Humanos, partidos politicos e movimentos sociais de todo o mundo, havia sido transferida da prisão de Alto Comedero para prisão domiciliar , em consequencia de determinação da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), que em uma resolução recomendava alteração das condições de detenção.
Na madrugada de ontem, 14 de outubro, em decisão de juizes locais da provincia de Jujuy, foi violentamente retirada de sua casa e levada de volta ao presidio de Alto Comedero. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) expressou ainda hoje que a revogação da detenção residencial da líder social Milagro Sala “caracteriza (a) violação da medida preventiva atual” que emitiu em julho e , além disso, expressou sua “preocupação” pelo “risco de danos para a vida e integridade” da líder social e deputada do Parlasul Milagro Sala.
A criminalização e perseguição de movimentos e lideranças politicas sociais e populares tem sido a estratégia dos governos neoliberais e impopulares da região latino americana com o objetivo de impedir a resistência e a luta por melhores condições de vida e trabalho de nossos povos, e assim implantar seu projeto anti nacional e anti popular. Mantem presa Milagro Sala para dar como exemplo, para impedir que o Grupo Tupac Amaru e outras organizações sociais continuem seu trabalho em favor dos setores mais humildes e vulneráveis, conscientizando e mobilizando seu povo em defesa do conquistado nesses anos, através da luta, do trabalho e da perseverança de seus membros.
Nos somamos a todos aqueles que protestam contra mais essa arbitrariedade e , preocupados com sua integridade física e segurança, exigimos sua liberdade imediata, assim como o fim da criminalização dos movimentos sociais .
Gleisi Hoffmann
Presidenta
Monica Valente
Secretária de Relações Internacionais