A Vigília Lula Livre recebeu nesta quinta-feira (3) o primeiro de uma série de cinco mesas de debate cujo objetivo é criar um canal permanente de diálogo com as mais variadas frentes populares e lideranças de esquerda sobre o Plano Lula de Governo – apresentado dia 24 de abril e que cuja candidatura do ex-presidente Lula é fundamental para que seja colocado em prática.
O debate inaugural teve organização da Frente Brasil Popular e o tema escolhido pela Executiva Nacional do PT foi “Medidas Emergenciais para a Superação da Crise e Geração de Empregos.” “Estamos iniciando a segunda fase da construção do nosso plano de governo. A primeira fez uma série de encontros, seminários e teve o apoio da plataforma digital O Brasil que o Povo Quer, que levantou grandes temas nacionais para o debate direto com a população”, explicou Renato Simões, um dos coordenadores do Plano Lula de Governo.
De acordo com ele, “os encontros presenciais aglutinaram movimentos sociais, representantes da academia e representações políticas brasileiras que permitiram a consolidação desta nova etapa”.
Marcio Pochmann, presidente da Fundação Perseu Abramo e também coordenador do Plano Lula de Governo, lembrou que o objetivo global do programa é obter resultados imediatos que permitam a interrupção do desmonte econômico e social promovido pelo governo ilegítimo de Michel Temer em tão pouco tempo.
“Desde a implantação do capitalismo no Brasil em 1880 esta é a situação mais grave de desemprego na história do país. O Brasil é um dos únicos países que possui alternativas para sair da crise, mas que tem se submetido aos interesses externos”, salientou.
“Governos não são eleitos por planos emergenciais. Mas diante da situação atual do Brasil não dá para esperar quatro anos. Vamos apresentar à sociedade um programa que apresente medidas de curto prazo, quase que um pronto socorro. Algumas das ações que pretendemos realizar podem ter resultados num tempo de quatro meses. Não podemos esperar a normalidade. Implementaremos medidas já no primeiro dia do governo.”
Pochmann ainda deixou claro que eleger Lula é fundamental para que o país volte ser o que era durante os governos do PT. “O que nós temos hoje é um país que não está sabendo aproveitar o seu melhor. Esse país está sendo pessimamente administrado. Mas do ponto de vista dos mais ricos o país está excelente.
Por isso só um caminho que é a construção de uma maioria com o povo brasileiro, movimentos sociais e que sustente a reconciliação do Brasil. E só há uma pessoa que é capaz de unir as diversas frentes do nosso país e esta pessoa está aqui bem próxima de nós: É Lula. E com Lula livre nós também seremos livres”.
Quem também participou do encontro foi Roberto Amaral, cientista político e ex-ministro do governo Lula, que elogiou a resistência criada na cidade que, desde a prisão política de Lula, tornou-se a sede oficial das atividades do PT e de grande parte dos movimentos sociais progressistas.
“O papel que vocês estão desempenhando aqui em Curitiba é mais importante até mesmo que o programa de governo. Só uma forma de combater as injustiças: é manter a mobilização popular. Só nós não teríamos força para enfrentar os nossos adversários. Precisamos trazer o Brasil inteiro para as ruas todos aqueles que estão a favor da democracia”.
Ariovaldo de Camargo, da Executiva Nacional da CUT, também mencionou a importância de ganhar mais adeptos na luta contra as novas esferas do golpe iniciado em 2016. “Precisamos avançar num projeto de desenvolvimento sustentável. Precisamos de um governo que tenha uma participação mais efetiva da sociedade.
“O fato de haver no dia 1 de maio as sete centrais sindicais juntas aqui em Curitiba mostra que estamos avançando neste sentido. A partir do momento em que Lula deixou de falar para o Brasil nós temos que ser a voz dele como ele mesmo pediu no dia 7 de abril”.
Sobre como reaquecer o mercado brasileiro e combater o desemprego, Camargo acredita que é preciso repensar a maneira como fazemos economia no Brasil. “É certo que para além da política macroeconômica temos que pensar também na volta das políticas sociais como havia antes de Temer assumir o governo”.
Política para mulheres
Desde a abertura democrática no Brasil, nenhum governo fez tanto para a emancipação das mulheres no mercado de trabalho quanto durante o período em que Lula e Dilma Rousseff estavam à frente da presidência. Contudo, a situação atual do país requer bastante cautela. É o que pensa Maria Lúcia da Silveira, da Marcha Mundial das Mulheres.
“As mulheres são as maiores vítimas do golpe de 2016. Por isso fundamental criar uma série de medidas para que as para voltem ao mercado de trabalho. Um exemplo é a política de creche. Ela permite a autonomia econômica das mulheres. As mulheres são as responsáveis por grande parte dos trabalhos domésticos e ainda respondem por uma parcela enorme da economia como um todo”.
Maria Lúcia também reforçou a importância das mulheres na luta pela democracia. “O movimento de mulheres está nas ruas. Tem participado de grandes manifestações. Já que somos a maioria da população temos que nos manter firmes para preservar a democracia e lutar por Lula livre”.
Da Redação da Agência PT de Notícias