O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), disse nesta terça-feira (29) que a base aliada e o governo trabalharão para manter os vetos da presidenta Dilma Rousseff a projetos que podem “corroer” a situação econômica do país.
Guimarães falou sobre a necessidade de manter o veto sobre o reajuste de 78,6% para o Judiciário e o benefício para os aposentados pelo índice de correção do salário mínimo. A sessão que votará os vetos deve começar às 11h desta quarta-feira (30).
“Manter os vetos passou a ser uma questão essencial para o país. Qualquer passo em falso de hoje até amanhã pode corroer a situação econômica, porque os impactos serão enormes. Um é de R$ 36 bilhões e o outro R$ 11,5 bilhões”, disse o parlamentar, ao lembrar que R$ 80 bilhões, que poderiam ser prejudicados na votação dos 26 vetos da semana passada, foram garantidos.
Os líderes da base aliada se reuniram com os ministros das Comunicações, Ricardo Berzoini, e da Aviação Civil, Eliseu Padilha, na manhã desta terça.
Guimarães disse que a aprovação do aumento do Judiciário nesse momento é uma “injustiça” com os servidores de outros Poderes. “A classe média e servidores públicos não podem aceitar o aumento de 78%. Não é razoável para o país aceitar isso”, afirmou.
José Guimarães garante que os líderes da base “gastarão muito a sola dos sapatos” para convencer os demais deputados de que as medidas enviadas pelo governo para o Congresso não terão sucesso se a manutenção dos vetos não permanecer.
“Em uma hora como esta, é fundamental que a oposição diga o que quer para o País”, disse.
“Não dá para ir em rede nacional pedir corte e ajuda para votar matérias que tem impacto fiscal do tamanho do mundo. Mantido os vetos, tudo ficará mais fácil”, completou.
José Guimarães disse também que o governo não está usando qualquer estratégia para evitar a criação de novos gastos pelo Congresso e descartou que a reforma ministerial seja usada neste sentido. A presidenta Dilma Rousseff deve anunciar nesta quinta-feira (1º), segundo o ministro Ricardo Berzoini, a reforma administrativa.
Para o parlamentar, o importante é que o corte de despesas dentro do governo federal “atenda à nova governabilidade”, que é essencial para a retomada do crescimento brasileiro por meio da rigidez das medidas fiscais.
Por Danielle Cambraia, da Agência PT de Notícias