Após a manifestação histórica realizada neste domingo (04) na cidade de São Paulo, com mais de 100 mil pessoas pedindo a saída do usurpador Michel Temer, a Polícia Militar (PM) do governador Geraldo Alckmin agiu de maneira repressiva e violenta, terminando a manifestação com bombas e gás lacrimogêneo, sem nenhuma justificativa, segundo denunciou até a imprensa internacional.
Em resposta, o senador do PT Lindbergh Farias afirmou que irá entrar com uma representação na Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos) contra a ação da PM paulista. “Estamos vendo uma escalada de autoritarismo”, afirmou o senador.
Paulo Teixeira, deputado federal do PT, afirmou que irá cobrar do Ministério Público de São Paulo que exerça ação fiscalizadora sobre a atuação da PM. “Queremos a proteção ao direto de manifestação e não à repressão orquestrada”.
As afirmações foram feitas em coletiva de imprensa na sede do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo. O presidente do sindicato esteve presente e afirmou que a entidade vê com preocupação a situação política do país. “Jornalistas são alvos porque a polícia não quer que se registre sua violência desmedida”, afirmou o presidente da entidade, Paulo Zocchi.
Na manifestação, um repórter da BBC filmou o momento no qual soldados da PM o agrediram, mesmo após se identificar.
Para Lindbergh, o objetivo da polícia foi “assustar a população e diminuir a força dos movimentos”. “Fiz parte de movimentos toda a minha vida e nunca vi isso”, disse o senador, acrescentando que “por medo da repressão ficamos o tempo todo na frente da passeata. Não vimos um ato que justificasse a ação da polícia”.
O senador ainda disse que a coletiva foi organizada no Sindicato dos Jornalistas porque a categoria está sendo vítima. “Que país é esse no qual o jornalista tem que sair com capacete, óculos e máscara, isso não é normal. Isso se compara à ditadura militar”.
Lindbergh citou o momento no qual a manifestação se dispersava no ponto final, no Largo da Batata, acompanhado do deputado Teixeira e do ex-ministro Roberto Amaral, quando foram atingidos por bombas de gás lacrimogêneo.
Na coletiva, Paulo Teixeira classificou o ato como ”maravilhoso, pacífico e forte, sem incidentes” até a chegada no Largo da Batata, quando a PM iniciou a repressão.
O deputado também disse que interferiu a favor de um grupo de cerca de 20 jovens que foram presos antes da manifestação e levados até o Deic (Diretoria Estadual de Investigações Criminais), passando quase 8 horas sem acesso à advogados e familiares, sendo enquadrados por formação de quadrilha. “Enquadramento pesado contra quem não cometeu qualquer crime”.
Além de Lindbergh e Teixeira, estiveram presentes o ex-senador e candidato a vereador Eduardo Suplicy, o secretário municipal de saúde Alexandre Padilha e o vereador candidato à reeleição Nabil Bonduki, além de representantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra e da Central de Movimentos Populares.
Da Redação da Agência PT de Notícias