O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) enviará requerimento ao ministro da Defesa, José Múcio, questionando como o Exército pretende lidar do ponto de vista administrativo com a prisão do general Walter Braga Neto. O parlamentar afirma que teme a influência do militar sobre os responsáveis por sua detenção na 1ª Divisão do Exército, na Vila Militar, no Rio de Janeiro.
Braga Netto foi preso no último sábado (14) em sua residência, em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Ele é acusado de agir para atrapalhar as investigações sobre a trama golpista para manter Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições de 2022.
“A decisão do ministro Alexandre de Moraes estabelece uma série de condições, como não ter encontro com outros advogados e falar apenas com advogados. Aquele lugar onde ele está preso não pode virar um centro de conspirações”, afirmou Lindbergh à coluna Painel, da Folha de S.Paulo.
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O general ocupou uma série de cargos de comando no Rio de Janeiro, como chefe do Comando Militar do Leste e interventor federal na segurança pública, além de ter participado da organização das Olimpíadas de 2016 na capital.
“Ele tem muita autoridade perante os militares. A preocupação é ele não usar aquele espaço para fazer política”, prosseguiu o petista. Braga Netto, que foi ministro do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, se tornou o primeiro general de quatro estrelas do Exército a ser preso no país.
Transferência do general
Lindbergh sugere que Moraes envie o general a outro lugar para cumprir a prisão, longe de militares hierarquicamente inferiores a ele. “Tivemos o precedente do Mauro Cid, que recebia a visita de seu pai o tempo todo”, completou.
O petista também divulgou sua decisão nas redes sociais. “Braga Netto não pode se utilizar do local da prisão para conspirar contra democracia e atrapalhar investigações sobre tentativa de golpe de Estado. Vou apresentar requerimento ao ministro da Defesa para saber como estão controlando as visitas e contatos de Braga Neto na prisão”, afirmou Lindbergh. O texto é acompanhado de um vídeo em que o parlamentar trata do assunto.
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Da Redação