O mais novo líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (PT-RJ), é categórico ao afirmar que a economia do Brasil só volta a crescer com a saída do golpista Michel Temer e a realização de eleições diretas para escolha do próximo presidente.
“Eu estou convencido: a economia do País só volta a crescer se a gente tirar Temer e não por eleições indiretas, mas elegendo um novo presidente de forma direta, um presidente que tem força, com legitimidade popular para fazer o País crescer novamente. E eu espero que esse presidente seja Luiz Inácio Lula da Silva”.
Na sua avaliação, as reformas trabalhista e da Previdência vão piorar a situação de consumo das famílias, que já está caindo.
“Lula diz sempre que é colocando dinheiro na mão do pobre que a economia cresce. E foi isso que Lula fez. E eles estão fazendo o oposto, estão tirando dinheiro da mão do pobre com essas reformas. Isso vai ter um impacto violentíssimo na economia”, apontou.
Escolhido líder da bancada de senadores do Partido dos Trabalhadores na quarta-feira (7), Lindbergh concedeu primeira entrevista após assumir a função, nesta quinta-feira (8). Ele destacou que sua atuação será em conjunto com a liderança do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), e com a recém-eleita presidenta do Partido, a também senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).
E garantiu que será uma atuação com “um pé no Congresso e outro nas ruas”, em especial para aprovar as eleições diretas e barrar as reformas trabalhista e previdenciária.
Para ele, a bandeira das diretas vai crescer nas ruas e no parlamento. Mas, para isso, é fundamental a mobilização do povo nas ruas de todo País.
“Porque a gente sabe que fundamental agora é a mobilização de rua contra esse governo, pedindo Diretas Já. Nossa função é lutar aqui dentro, mas é também participar e estimular a mobilização do povo. Porque só aqui dentro a gente não ganha. Fundamental é o povo ir às ruas. Se a gente tem povo mobilizado em um momento como esse, facilita tudo aqui dentro”, afirmou.
Lindbergh dá como exemplo do impacto das mobilizações populares no parlamento o resultado da votação pra Proposta de Emenda à Constituição pelas eleições diretas, da qual foi relator no Senado Federal.
“A gente conseguiu aprovar na CCJ. Na hora H, foi aprovada por unanimidade, porque pega muito mal para os senadores ou deputados votarem contra as eleições diretas. Estou convencido que se tiver pressão popular, essa PEC tem como prosperar aqui no Congresso”, declarou.
O líder do PT no Senado ainda falou dos desafios do Partido dos Trabalhadores, com este novo ciclo após o 6º Congresso Nacional do PT.
“São tantos desafios, mas a nossa unidade é fundamental, para que a gente possa enfrentar a conjuntura do momento, enfrentar essa perseguição infame ao presidente Lula, lutar pelas Diretas, lutar contra as reformas”.
Barrar as Reformas
Sobre as reformas do usurpador Temer que retiram direitos dos trabalhadores, Lindbergh garantiu que a reforma da Previdência está morta.
“A reforma previdenciária, a gente sabe que essa já morreu. Porque como é PEC, precisa de quorum qualificado. Eles não têm isso. Achar que o governo vai ter quorum qualificado para aprovar a reforma da Previdência é uma ilusão profunda. Não vai chegar no Senado, não tem maioria na Câmara, porque é uma reforma muito impopular, as eleições de 2018 estão chegando”, ressaltou.
Mas, para ele, a reforma previdenciária está morta também por conta das mobilizações da sociedade, principalmente com a greve geral do dia 28 de abril.
“Acho que vamos acabar de enterrá-la na próxima greve geral do dia 30. E essa greve geral é fundamental no País hoje, porque está havendo uma alteração na correlação de força, comprovada pela pesquisa Vox Populi, na qual o presidente Lula aparece com 40% dos votos espontâneos”.
Quanto à reforma trabalhista, a estratégia da bancada do PT e dos partidos de oposição será ganhar tempo, já que o governo Temer “está tão frágil que pode cair a qualquer momento”.
Como a reforma trabalhista não é por PEC, é preciso apenas um quorum simples para ser aprovado.
“É uma batalha mais dura para nós, mas vamos tentar ganhar no tempo, empurrar isso, porque a crise do governo é tão grande, que pode vir um outro fato e a gente conseguir impedir. Se a gente consegue ganhar no tempo aqui, um fato político pode inviabilizar a votação no Plenário do Senado Federal”, enfatizou.
Na sua avaliação, a crise política vai se agravar, principalmente com a denúncia do Procurador-Geral da República contra Temer, que deve acontecer na próxima semana.
Caso a PGR apresente denúncia contra o presidente, haverá votação no plenário da Câmara dos Deputados para autorizar essa denúncia, onde serão necessários dois terços dos votos.
“Uma denúncia da PRG para o País, pois a prioridade de Temer vai ser essa votação, utilizando inclusive a máquina pública para se salvar, porque a votação será aberta. Então o deputado vai ter que colocar a sua cara. E eu quero ver quem vai colocar a cara para defender Temer”, acrescentou.
Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias